quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Causos do ENEM

No ano passado, me distraí, perdi a hora e tive que sair correndo de casa. Demoraria uma hora para chegar. Esqueci de preencher o questionário sócio-econômico. Pensei "Preencho no metrô, que estará vazio, afinal, é domingo. Metrô lotado. Caneta e manual na mão, aperto para todos os lados. vamos que vamos.

Chega a estação para descer. Correria. Está quase na hora de começar a prova. Corre, corre, corre e cheguei na sala. Último a entrar. Sento na cadeira, suando. Começa a prova.

Para não passar por tudo de novo, saí mais cedo este ano. Bem mais cedo. Cheguei com quase uma hora de antecipação. Precaução e Caldo de galinha não fazem mal a ninguém, diriam os antigos.

Desta vez cheguei cedo. Com a tranquilidade que irrita alguns, sentei no chão, próximo à porta, encostado na parede, como alguns outros já estavam. Ouvindo música, esperei que o tempo passasse.

Fico reparando na expressão de ansiedade, nervosismo, às vezes até desespero das pessoas na hora de fazer a prova. Eu nunca tive esse problema de nervosismo para provas como vestibular e ENEM, embora eu fique, sim ansioso por elas.

Eis que a prova vem, com sua característica principal mantida: muitos textos e questões bastante interpretativas. Mas a prova deste ano de 2007 bateu todos os recordes: nunca vi algo tão fácil em toda minha vida! Nem aquelas provas de livros juvenis que fazemos na quinta série, onde as sentenças do livro viram perguntas a serem respondidas ("João e Maria andavam pela floresta" e a pergunta era: "por onde andavam João e Maria?").

Algumas das questões do ENEM foram simplesmente um insulto à inteligência. Ok, o ENEM é um exame que tem por objetivo avaliar, positivamente, o ensino no Brasil. Mas realmente este ano foi um exagero.

O tempo mínimo para sair da sala era 2 horas. Normalmente, costumo dizer o mesmo que ouvi no cursinho, ano passado: quem sai da sala no tempo mínimo está abandonando a prova. Não é possível fazer uma prova como a Fuvest, por exemplo, no tempo mínimo. Aliás, nem no tempo máximo é possível fazer com calma! Mas este ano foi exceção.

Com o tempo mínimo de prova transcorrido, eu já tinha terminado a prova objetiva. Como sobrou muito tempo, reli a prova, checando cada alternativa que tinha escolhido e já passando as respostas para o gabarito. Quando finalmente acabei, ainda faltava uma hora e meia para o fim do tempo de prova. Fiz a redação e, meia hora depois, já não tinha o que fazer. Às 17 horas, entreguei a prova mais fácil que já tinha feito.

Saí com a sensação de ter acertado todas. Sabia que isso não aconteceria, porque sempre tem uma questão ou outra que erramos por bobeira. E, de fato, aconteceu: errei 4 questões. 59 acertos, em 63 questões. Ótimo, mas dava para fazer ainda mais.

Dois dias de conversa depois da prova, percebi que realmente tinha sido a prova mais fácil do ENEM em todos os tempos. Todo mundo foi bem, cada um a seu modo, no seu padrão.

O primeiro passo para a Fuvest foi dado. Agora é repetir o sucesso na prova da Fuvest (essa de verdade, não essa piada do ENEM) e fazer o máximo de pontos possível.

(Faltam 87 dias)

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