segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sonhos que esmaecem


Os sonhos são coloridos. Tem aspecto de obra de arte, parecem doces, saborosos e realizá-los parece ser uma tarefa nobre. O problema é que a vida trata de pintar as etapas de cinza e jogar um sabor amargo logo depois da cobertura doce que vemos.

Abrir mão de algumas muitas coisas é necessário. Previsível, inclusive. Estava planejado. O dia a dia vai minando a beleza do futuro com a amargura do presente. As contas que vencem, o cheque especial que não zera nunca e o salário, que parece nem merecer esse título (aliás, não chama mesmo, o nome é bolsa-auxílio).

Pouco a pouco, fui abrindo mão de diversas coisas que, por serem coisas, achei que não fariam falta. Até que chegam os finais de semana, tenho que sair e lembro que abri mão do carro. Ou quando penso em trocar de computador para melhorar o desempenho e tenho que caçar financiamento, porque juntar dinheiro é impossível com o cheque especial comendo o dinheiro que entra.

Tem também a questão encontro com amigos, quando vemos onde cada um está, e as compração são quase imediatas e inevitáveis. A sensação de que falta algo aumenta.

Continuo achando que as muadanças valeram a pena, que os sacrifícios serão recompensados. Só que, às vezes, a vida é dura demais por mais tempo do que imaginava...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Frieza devoradora de palavras



Palavras e pensamentos se devoram. Trazem angústia, um certo medo, muita ansiedade e tentam esconder uma paixão que não pode mais ser escondida. Toma a mente, tira a atenção, martela desejos, emerge frustrações.

A moça destila sua frieza em meio a pequenas pílulas de sorrisos. Distância artificialmente criada com postura, expressões e, por vezes, um silêncio perturbador.

Palavras jogadas para que ela abra uma porta para o diálogo. Em vão. Elas batem e voltam, como se encontrassem apenas um muro que impede qualquer aproximação daquele território. Parece que o diálogo só é possível se um ataque forte, preciso e seguro atingir o muro. Só assim parece ser possível abalar a sua resistência.

Oportunidades. Elas se esvaem como água correndo pelo ralo. Entre angústia e paixão. Esperança que se dissolve, pouco a pouco, entre olhares distantes e mãos geladas que fogem. ela já derrubou o meu muro, mas o dela parece longe de cair.

Distância, silêncio, ausência. Na ausência, busco um remédio incapaz de resolver o mundo prestes a explodir no peito. Silêncio que dessa vez tem a distância como parceira e como minha maior inimiga.

As crises, diziam os gregos, são uma oportunidade para um crescimento, aprimoramento, uma melhora. Talvez seja o momento de uma tentativa forte, verdadeira, irremediável. A crise pode ser a última chance de transformar a agonia da ausência no conforto da presença.

Que as vozes se encontrem e sejam como pedras atiradas contra o vidro do silêncio, impávido colosso.