sábado, 15 de novembro de 2008

Casa fora de casa

Pela segunda vez em dois anos, pensei seriamente em me mudar. Mas não seria uma mudança qualquer: sair da casa da minha mãe. Obviamente, não pelos motivos que adolescentes revoltados têm. A minha idéia era morar em um lugar mais próximo da minha vida cotidiana no trabalho e faculdade. E claro, em segundo, poder ter um espaço meu.

Em 2006, a idéia começou como uma semente, mas foi brotando com mais e mais força. Quando vi, já tinha armado tudo para isso. Uma amiga de Bauru viria para Sâo Paulo e procurava alguém para dividir o aluguel. A princípio, não tinha pensado na possibilidade de morar com ela, mas depois uni a idéia de morar sozinho com a busca que ela fazia. Bingo! Talvez fosse a solução.

Pensei, conversei com ela e deixamos tudo mais ou menos armado. Provavelmente iria me mudar da casa onde morava, já que minha tia e minha mãe tomariam caminhos diferentes. Minha mãe queria comprar uma casa e eu queria gastar menos tempo com transporte.

Não deu certo. Minha amiga conseguiu um apartamento ótimo, de um quarto apenas, na Paulista, por um preço que ela podia pagar. Não podia perder. E pensando bem, talvez tenha sido melhor assim. Nossa amizade é ótima, mas somos homem e mulher, o que poderia implicar em problemas futuros. Adiei os planos, já que não encontrei um lugar que pudesse pagar sozinho.

Eu já fazia cursinho e resolvi mudar de emprego. Ganhando menos, tive que definitivamente adiar os planos, até conseguir me estabilizar novamente. Mas isso não aconteceu: fiquei apenas oito meses na empresa. Embora tenha sido um ótimo trabalho em uma excelente empresa, era hora de tentar inovar.

Mudei em busca de tranquilidade para os estudos, já que não tinha passado na Fuvest depois de quase um ano de cursinho. Resolvi priorizar isso na minha vida em relação ao trabalho, à carreira e, conseqüentemente, a ganhar um salário maior. Morar fora de casa não era mais parte dos meus planos.

Em 2008, já na universidade, com um emprego mais ou menos estável (ainda que com cada vez mais problemas), a idéia voltou à tona. Grande parte dos amigos da faculdade, da sala, são de fora da cidade de São Paulo. Moram em repúblicas. E depois dos fortes laços de amizade criados nesse ano de USP (JORNOT É MAIS LEGAL!), a idéia de morar junto passou pela cabeça de várias pessoas - inclusive a minha.

A idéia era morar com alguém da turma. Parecia surgir a oportunidade e os planos voltaram à tona - especialmente porque passei a trabalhar dentro da USP. A idéia foi amadurecendo, mas não tinha forma ainda. O amigo com quem tinha pensado em dividir um apartamento não poderá mais. A idéia perde força e provavelmente terá que ser adiada, no mínimo, em alguns meses.

Talvez seja bom. É preciso preparar bem o terreno. E me dá mais margem para arriscar profissionalmente, se eu quiser mudar. Fica adiada a mudança de casa. Será importante ganhar um respiro para quando for a hora novamente.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O mundo é um salão de festas

Vermelho. A luz era vermelha. A beleza era vermelha. A faixa era vermelha. Ali, naquele pequeno espaço, havia um mundo. Um mundo que se fez único enquanto existiu. Lá fora, não havia nada, só silêncio. Dentro, música, alegria, sorrisos, amigos e nada que pudesse impedir os pés de dançarem.

Os pés, descondenados, só faziam dançar o que o corpo permitisse, o que os olhos não vissem e o que a pele sentisse. Pulos, passos, música. Dança, dança, dança. Com as mãos, sem as mãos, com os pés, com os braços para o alto, com sorriso, com suor, com pele com pele.

Nem o final de cada música determina o fim da dança. Ela não acaba, continua ecoando, emenda-se na próxima. A pista enche. Os corpos balanças, de olhos fechados ou abertos, com ou sem destreza, mas sempre com muita alegria.

Backstreet Boys ataca com Everybody, a mais agitada da noite. Braços pro alto, versos entoados com gritos, sorrisos e olhares de alegria trocados. Rehab é ótima, mas All the Jazz combina mais, em passos alucinantes, no ritmo gostoso do jazz. Corpos que se separam e se unem, se tocam e vibram com cada nota musical.

Em cada passo, sorrisos. Em cada música, um novo ânimo. Em cada bebida, alucinação. Em cada olhar, alegria. Em cada olhar, pensamentos inesperados. O vermelho na faixa, no peito, na boca. Vermelho? Red, red, red, diria Fiona Apple.

A cor que ela menciona, porém é black. Back to Black. Mas sem a tristeza: no seu rosto, o que se vê são as duas maçãs do rosto rosadas, suadas, felizes e com gosto imaginário na boca. Boca? Como chegou até ali? Pensamentos, loucuras, devaneios. Porque o mundo se fez ali. Sem os limites que o raiar do sol pode trazer.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um sorriso a mais não faz mal

Obama se elegeu presidente do país mais importante do mundo, os EUA. É inevitável que todos fiquem cheios de otimismo, afinal, é o primeiro negro a ser presidente estadunidense (americanos somos todos nós! Não? hehe), tem em seu discurso a esperança, parece muito mais sensato em relação à política internacional.

Mais do que isso, no jornal Metro de hoje o colunista Rodrigo Leão disse uma frase interessante:
Sua eleição [de Obama] é a coração de um processo mundial que vem susbstituindo a imagem principesca dos líderes de outrora por homens com mais cara de ponto de ônibus e menos cara de campo de pólo.
O que me surpreendeu, porém, foi a excessiva alegria de alguns. Pesosas que, inclusive, sequer gostam de política. Mais do que isso: odeiam. Mas se sentiram emocionados com o discurso de Obama e felizes com o fato de ele ter sido eleito. Chegaram a derramar lágrimas (?!).

Como eu disse, acho que há motivos de sobra para ficar feliz com a eleição de Barack Obama. Ele parece ser um político que irá mudar as relações dos EUA com o resto do mundo, que é a parte que mais nos interessa. Mas não se esqueçam que ele é presidente dos EUA e irá defender o interesse daquele país. E é um país em crise, a maior desde 1929.

Estou bem feliz com a eleição do Obama. Mas vamos com calma que o santo é de barro! Não esperem medidas simpáticas só porque o presidente é simpático! Ele defende o que é de interesse dos EUA - o que nem sempre coincide com o interesse de outras nações.