domingo, 14 de setembro de 2008

O friozinho na barriga

1997. Campeonato de sócios do Corinthians. Meu pai via ali a chance de eu me tornar jogador de futebol. "O novo Zé Elias", dizia ele. Eu, apaixonado por futebol, via ali um começo. Tinha 13 anos, podia ser a chance. Sentia um frio na barriga toda vez que acordava nos sábados de manhã para jogar.

O futebol era das poucas coisas que me davam frio na barriga. A outra, claro, era quando me apaixonava por alguma menina. A paixão talvez seja a única que ainda conseguia fazer isso hoje em dia - embora esteja cada vez mais rara.

Já tive entrevistas de emprego que fiquei ansioso. Ansiedade é algo normal, corriqueiro até, quando vou fazer algo novo, conhecer algo diferente, encarar um desafio. Mas aquele frio na barriga, que me gelava, me deixava com as mãos frias... Esse é raro.

Depois que parei de jogar futebol, disputar campeonatos e que as paixões rarearam, essa sensação estava esquecida.

Estava.

Surge um desafio em uma sexta à noite. Um texto, 3.500 caracteres. Um assunto que eu entendo muito bem. Por que o frio na barriga? Porque era um teste. Uma perspectiva. Uma esperança que se acendeu, mesmo que remota. Algo diferente, algo emocionante.

Sábado, então, foi hora de colocar isso em prática. Mãos no teclado e muita leitura, para ter apenas certezas nas palavras. Palavras, frases, e vòila! Ops, passou um pouco o número de caracteres. Edita, edita, edita... Ops, agora faltou. Edita, edita e... Perfeito!

Cada vez que eu faço isso, sinto que eu realmente nasci para trabalhar com jornalismo.

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