terça-feira, 7 de julho de 2009

Frieza devoradora de palavras



Palavras e pensamentos se devoram. Trazem angústia, um certo medo, muita ansiedade e tentam esconder uma paixão que não pode mais ser escondida. Toma a mente, tira a atenção, martela desejos, emerge frustrações.

A moça destila sua frieza em meio a pequenas pílulas de sorrisos. Distância artificialmente criada com postura, expressões e, por vezes, um silêncio perturbador.

Palavras jogadas para que ela abra uma porta para o diálogo. Em vão. Elas batem e voltam, como se encontrassem apenas um muro que impede qualquer aproximação daquele território. Parece que o diálogo só é possível se um ataque forte, preciso e seguro atingir o muro. Só assim parece ser possível abalar a sua resistência.

Oportunidades. Elas se esvaem como água correndo pelo ralo. Entre angústia e paixão. Esperança que se dissolve, pouco a pouco, entre olhares distantes e mãos geladas que fogem. ela já derrubou o meu muro, mas o dela parece longe de cair.

Distância, silêncio, ausência. Na ausência, busco um remédio incapaz de resolver o mundo prestes a explodir no peito. Silêncio que dessa vez tem a distância como parceira e como minha maior inimiga.

As crises, diziam os gregos, são uma oportunidade para um crescimento, aprimoramento, uma melhora. Talvez seja o momento de uma tentativa forte, verdadeira, irremediável. A crise pode ser a última chance de transformar a agonia da ausência no conforto da presença.

Que as vozes se encontrem e sejam como pedras atiradas contra o vidro do silêncio, impávido colosso.

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