segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Barco dos sonhos

Tudo era nada e nada era tudo. Tudo era ela e ela se tornou expectativa. Expectativa que virou prazer, prazer que virou alegria, alegria que tornou-se satisfação, satisfação que tornou-se sentimento, que correu pelas veias, fervendo, borlhulhando e transcendendo limites, fronteiras e padrões. Era tudo intensamente vivido, fluído, vivo.

Um mar de sensações que cobria as noites de sonhos, por vezes de olhos abertos. Um mar navegado por ela com a intuição, com a força de sentimentos vividos com o prazer de sinceridade e o gosto doce da liberdade.

Amor fluido, que foge ao equilíbrio e envolve, encanta, inebria. No torpor que esse mar se torna, ela navega, satisfaz, corresponde. O amor parece infinito, como são os sentimentos vividos, que não possuem fronteiras, bordas, limites, padr~eos. São intensamente sensuais, sexuais, vorazes, libidinosos, apaixonantes, fortes como o abraço que a envolve quando há o encontro entre os corpos.

Até que um dia o barco se perde, some do horizonte que, de tão vasto, parece engolir tudo que nele há. E faz de todo o mundo de sensações um labirinto, uma Atlântida no oceano. Ela existiu, esteve lá, parece sempre ali, diluído naquele mar de emoções, sentimentos.

As lembranças, intensas e deliciosas antes, proque eram apenas uma forma de reforçar o que viria depois, torna-se uma saudosa maneira de olhar para algo que agora é pura incerteza. Incerteza no mar, porque, no coração, ela continua um barco de sonhos, navegando pela minha mente, carregando todo o amor que, como o mar, parece infinito no horizonte...

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