tag:blogger.com,1999:blog-283037762024-03-07T00:43:44.717-03:00Crise do CaosViver em São Paulo é um caso e é por isso que esse blog tem o nome que tem. O caos é o dia-a-dia, mas vez por outra a situação se agrava. É a crise do caos. É em meio a ela que escrevo.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.comBlogger254125tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-69433234552966989312012-04-03T14:33:00.003-03:002012-04-03T14:33:42.880-03:00Sindicato dos usuários de iPhone entra com representação contra Instagram para Android<br />
<div class="MsoNormal">
O Sindicato dos usuários de iPhone entrou com uma
representação nesta terça-feira contra o uso de Instagram para Android. A
alegação é que a empresa infringe a regra de exclusividade que os detentores do
smartphone da Apple possuem quando compram o aparelho.</div>
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Segundo o presidente do sindicato, Felipe Lite, o aplicativo
para Android “tolhe a exclusividade dos usuários de iPhone, garantida pelas
operadoras quando vendem o produto”. O temor, segundo ele, é que o serviço
tenha uma queda de qualidade, já que os usuários de Android não possuem
formação considerada adequada ao aplicativo, segundo o sindicato. “É como
eleger um presidente sem formação superior”, continuou.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em nota o sindicato ainda publicou que os usuários estão
mobilizados para protestar contra a decisão da empresa de colocar o aplicativo
à disposição para usuários de Android. Os donos de iPhone planejam uma ação parando o trânsito
de São Paulo e buzinando incessantemente do alto das suas SUVs. Além disso,
prometem criar dificuldades para a entrada em bares e casas noturnas das
regiões da Vila Madalena, Pinheiros e Vila Olímpia com o objetivo de causar
grandes filas nesses lugares.</div>
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<br /></div>
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Perguntado sobre a possibilidade de acordo, Felipe Lite disse
que acredita ser difícil. “Caso o aplicativo continue disponível, entraremos
com uma ação para obrigar usuários de Android a fazer cursos de fotografia no
exterior para manter o nível da rede social elevado”, disse. Atualmente, para
comprar um iPhone é necessário fazer uma viagem ao exterior conhecendo o
trabalho dos principais fotógrafos europeus e tirar fotos dos mais famosos monumentos
do Velho Continente. As fotos devem usadas em perfis no Facebook, que serão
usadas para provar que a pessoa tem condição de adquirir o telefone da Apple.</div>Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-91920200087223564512012-03-21T00:57:00.000-03:002012-03-21T00:57:10.674-03:00Ah, história, me tens de regressoConhecer a história é uma forma de conhecer a nós mesmos. A frase parece dessas babacas de autoajuda que vendem em livros com nomes engraçadinhos por aí, mas ela tem muito sentido. Aula de História do Brasil Independente I, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Um pouco da nossa história, de como o Brasil se tornou o Brasil. E como a história explica o que somos... A história da independência é incrivelmente reveladora. Me acompanhem.<br />
<br />
Para começar a premissa básica do Estado brasileiro é que ele não nasce para incluir. A ideia é que precisa controlar os selvagens, manter a civilização. Nunca houve sequer uma lei racial no Brasil. O preconceito nunca esteve explícito. Presente, mas disfarçado de um "mas não é uma questão racial, é social". Era, de fato. Como ainda é. Mas é racial também...<br />
<br />
Teve muito mais. Aqui era o país dos liberais, mas liberais escravistas. Pois é. Liberdade, igualdade e fraternidade? É, só que adaptado à realidade do Brasil recém Imperial. Liberdade é igualdade. Mas quem pode ser igual? Quem tem posses. Porque é preciso que seja garantida a liberdade da desigualdade, já que os homens são naturalmente desiguais, nascem desiguais. E, portanto, precisam da liberdade de poder exercer essas diversas habilidades, sem que aqueles que não as possuem atrapalhem. Criativos esses liberais brasileiros.<br />
<br />
Não era só isso. O famoso laissez faire, usado como um mantra do liberalismo, era presente no Brasil dessa época também. Sim, os senhores de escravos liberais queriam que o Estado intervisse pouco, quase nada. Só se fizesse presente quando fosse para retalhar as rebeliões de escravos e para manter o fornecimento incessante de escravos. Ninguém sequer cogitava ceder alguns escravos para construir estradas que facilitassem o transporte, mesmo que isso fosse ajudar no transporte de mercadorias e até mesmo para que chegassem escravos. Bem comum? Não senhor, penso no meu e acabou. O mundo fora da fazenda não me importa. Qualquer semelhança é mera coincidência.<br />
<br />
Tem mais. Democracia? Não é possível falar nisso no Brasil imperial. Ora, como por que? Os liberais da elite brasileira, que comandaram a independência do país, queriam livrar-se da tirania do governo do absolutista D. Pedro I. Mas não podiam deixar que o povo da rua, a plebe, tomasse o poder. Não seria a democracia, seria a canalhocracia, uma dominação tirânica da massa despreparada sobre os mais bem preparados para pensar em governo e Estado. Parece estranho? Mas fazia todo o sentido. E faz sentido porque explica um pouco de como vivemos em 2012, quase 200 anos depois.<br />
<br />
<br />Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-55974924436541853082012-01-10T09:13:00.000-02:002012-01-10T09:17:34.114-02:00A falsa dualidade de salários de jogadores famosos e professores<br />
<div class="MsoNormal">
Vieram me falar sobre o “Mulheres Ricas”, novo programa da
TV Bandeirantes, me dizendo que seria bom eu ver porque eu “escrevo sobre
coisas críticas”. Como não escrevo sobre doentes terminais, guerra civil na
África ou qualquer coisa do tipo, não entendi muito bem o rótulo que me deram.
Terminaram a indicação dizendo que era uma afronta, mais um reality show que
mostra ostentação, que esse país é um absurdo, que temos jogadores ganhando
milhões, deputados ganhando salários exorbitantes e professores ganhando
miséria. Opa, peraí, vamos com calma para não misturar alhos com bugalhos. Vamos conversar sobre isso.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-1Av6a-ReMmw/TwweMo7dVnI/AAAAAAAABpw/R7P5VklEo8Q/s1600/Neymar.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="193" src="http://1.bp.blogspot.com/-1Av6a-ReMmw/TwweMo7dVnI/AAAAAAAABpw/R7P5VklEo8Q/s320/Neymar.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Neymar: astro mais bem pago do futebol brasileiro</td></tr>
</tbody></table>
Não foi a primeira vez que esse tipo de comparação chegou
até mim. Constantemente recebo e-mails indignados com comparações desse tipo. E
com o Big Brother Brasil se aproximando, você certamente ouvirá isso também
quando se falar do programa da TV Globo. Como pode um participante de um
reality show ganhar essa fortuna enquanto milhares passam necessidades? Uma
crítica ainda mais pobre do que as pessoas que passam as necessidades que quem
usa esse argumento tenta exemplificar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Professores ganham mal no Brasil e isso é um fato. Não
deveria ser assim. Ninguém discute isso. Só que comparar o salário de um
professor com um grande atleta é descabido. Os grandes atletas geram muito
dinheiro e, por isso, recebem também muito dinheiro. Pode se discutir se
recebem mais do que deveriam, se o mercado não supervaloriza os salários dos
grandes atletas. Compará-los com professores é esdrúxulo. Os professores devem
ter o salário mais alto, mas esse é um problema de políticas públicas do país.
Grandes atletas ganharem menos não traria o benefício de professores ganharem
mais do que atualmente. Tanto que em países onde o professor é mais valorizado
há atletas que são muito bem pagos. Uma coisa nada tem a ver com outra. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“Mas é um insulto que o Ronaldinho Gaúcho ganhe mais de R$ 1
milhão e um professor ganhe R$ 1 mil” (sério, recebi isso por e-mail). É uma
diferença enorme, mas a culpa não é do Ronaldinho e nem do esporte. Claro que a
comparação é chocante, mas vilanizar os jogadores que recebem os altos salários
é direcionar as forças para o lado errado. Em um dos e-mails que recebi, a
comparação dizia: “Neymar: R$ 3 milhões para chutar uma bola (...). Professores:
R$ 1000 para ensinar as pessoas, algo que não é mesmo importante”. Mais uma
vez, a origem do dinheiro que paga as duas profissões são completamente
distintos e comparar um ao outro é apenas uma demagogia. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se formos analisar em um microscópio todo o dinheiro mal
gasto em relação ao que deveria ser, e aquela sua viagem ao nordeste em hotel
cinco estrelas? E aquele carro que você comprou pagando R$ 70 mil, se você
podia ter um carro de R$ 30 mil? E aquela compra desnecessária no seu cartão de
crédito só para satisfazer uma vaidade? Ora, quer dizer que o jogador não pode
ganhar um dinheiro que oferecem a ele, mas você pode gastar R$ 500 para ir no
show do Lollapalooza e tudo bem? </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chegamos então aos deputados. Sim, eles ganham muitas
mordomias. Sim, ganham mais do que fazem valer. Sim, custam muito para o
governo que tem a conta paga por todos. O que temos que pensar é que do mesmo
modo como reclamamos que os policiais deveriam receber um salário maior e mais
justo para diminuir a tentação da corrupção, os deputados não podem ganhar mal
em um lugar onde as tentações por corrupção também são altas, talvez mais do
que em qualquer lugar. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É justo reclamar que os deputados ganham benefícios em
excesso e gastam mais do que deveriam. Só não dá para querer que eles ganhem
mal. Os salários dos legisladores devem ser altos sim, porque essa é uma forma
de tentar evitar a corrupção. Alguém deve estar gritando que isso não adianta
nada, já que estamos em um país bastante corrupto. O problema, então, não é o
salário, mas a falta de fiscalização do governo sobre isso. E, em outra escala,
culpa nossa por permitir que isso aconteça e continuarmos elegendo os mesmos,
não se manifestando quando algo de errado acontece ou, pior, chamando de
vagabundos aqueles que tentam protestar contra o que consideram injusto. Não é
difícil pensar em exemplos, inclusive recentes, não é mesmo?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Então, que tal pensarmos um pouco melhor nos argumentos que
usamos e pararmos de usar esse argumento rasteiro? Seria bom para todo mundo,
inclusive para discutir como melhorar, e não só dizer que o Neymar ganha muito.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
PS: Sequer cheguei a ver "Mulheres Ricas". Mas não é criticando o que quer que se passe no programa que vai se conseguir uma melhora para outros setores da sociedade. Não se esqueça de olhar na sua fatura do cartão de crédito. Tem certeza que você não faz o mesmo que elas dentro do que você pode pagar?</div>Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-30703391421673816632011-09-07T22:22:00.000-03:002011-09-07T22:24:55.010-03:00Porque durmo quatro horas ou sobre o sistema de transporte em São PauloAlgumas pessoas se assustam quando eu digo que durmo quatro horas por dia. Perguntam a razão e eu digo: acordo 5h da manhã, chego em casa depois da faculdade próximo de meia-noite. A pergunta seguinte é sempre: por que acordar 5h da manhã? Pergunta justa, já que entro no trabalho às 9h. E a resposta tem tudo a ver com logística. Explico.<br />
<br />
Moro em uma região afastada de São Paulo, na zona leste. Para chegar às 9 horas do outro lado da cidade, preciso sair no máximo 7 horas. Ainda assim, é um problema. O micro-ônibus já vem lotado. No metrô, a situação é ainda pior. Lotado, mas tão lotado, que para conseguir entrar no trem, é preciso esperar 5, 6, 7, 8 trens passarem até chegar sua vez. Isso em um dia sem problemas no metrô - algo que tem acontecido cada vez menos. <br />
<br />
Dentro do trem, é possível imaginar o caos. Um absurdo número de pessoas em um mesmo metro quadrado. Falar em descoforto é um eufemismo. Mas, depois de algum tempo, acaba (às vezes levando fones de ouvido que se enroscam quando as pessoas tentam sair desesperadas do trem no meio daquela lotação absurda). Chega a estação e vem outro ônibus. Neste horário, cheio, claro. Cerca de 2 horas depois, lá estamos no trabalho. Eventualmente atrasado.<br />
<br />
Para evitar esse caos, acordo um pouco antes, saio um pouco antes, pego ônibus e metrô cheios, mas não estupidamente lotados, e consigo chegar no trabalho em um tempo ao menos meia hora mais rápido - ou seja, em 1h30. Normalmente, mais rápido do que isso: demoro, algumas vezes, pouco mais de 1h. Aí chego cedo no trabalho, tenho tempo de passar na padaria, tomar café, chegar cedo e poder adiantar tarefas pendentes, algo que eu tenha que fazer para a faculdade.<br />
<br />
Alguém vai dizer: "Nada vale acordar 5 horas" ou "para dormir mais, eu enfrentaria isso". Eu enfrento essa loucura de atravessar a cidade para trabalhar há nove anos. Sem contar o tempo que enfrentava para estudar, ainda na escola - porque estudava longe de casa e também e usava esses mesmos transportes para chegar lá.<br />
<br />
Dormir cedo não é opção porque estudo à noite e muito, muito longe de casa. Claro, estudo por opção minha. E se perguntam porque não estudo mais perto, a resposta é muito simples: só estudo porque é de graça, não tenho como pagar. E consegui passar em uma universidade pública, depois de me formar em uma privada através de um financiamento do governo (que eu pagarei por mais dez anos, mas isso é assunto para outro dia).<br />
<br />
Dormir quatro horas, então, é uma opção, em parte. Poderia dormir cinco, se saísse de casa uma hora mais tarde para chegar às 9h no trabalho. Teria que enfrentar esse inferno um pouco pior do que faço hoje. A minha opção foi tentar sofrer um pouco menos.<br />
<br />
A maior parte da população de São Paulo vive nas periferias, distante do centro e do trabalho. É um fardo que milhões precisam passar todos os dias. Essa é a situação do transporte da cidade mais populosa do país. Algumas opções podem ser feitas - como acordar um pouco mais cedo, correr menos risco de atraso e pegar o transporte mais vazio. Outras não podem.<br />
<br />
Por exemplo, morar perto do trabalho. Pinheiros, Itaim, região da Paulista? Todas caras, com aluguéis que consumiriam 80% do meu salário. Inviável. Desde 2006 estudo essa possibilidade. Mais uma vez, essa é a situação da maioria das pessoas que mora nesta cidade. Claro que todo mundo gostaria de morar perto do trabalho. Quem não gostaria? A questão passa não por querer, mas por poder. Neste caso, ainda não encontrei uma forma de poder. Se um dia puder, sem dúvida farei isso. Enquanto não é uma opção, trabalho com as variáveis que existem. E essas são elas.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-74640611893093996642011-02-14T23:21:00.002-02:002011-09-07T15:37:39.432-03:00Sim, sou do contraNão acordo de bom humor. Dizem que não se pode começar um texto com não, mas, bom, e daí? Sou do contra. Confesso. Sou mesmo. Várias vezes eu discordo. Sou pré-disposto a discordar. E sim, eu tenho dificuldade de concordar de cara. Várias vezes eu me calo quando não tenho argumentos, porque o silêncio é preciso quando não temos nada inteligente a dizer.<br />
<br />
Sou desses chatos que critica quem coloca status "feliz", "muito feliz" e afins. Sim, pego no pé, sou chato, porque acho que quem é feliz vai lá viver isso, não fica falando isso nas redes sociais para pagar de "minha vida é legal, tá vendo?".<br />
<br />
Critico quem lê "O Segredo" e digo que é besteira. Porque acho que é mesmo. Apela para a emoção quando, na verdade, o que importa são as ações. Critico pelo mesmo motivo que falo de "Quem mexeu no meu queijo" e "Você S.A.", livros bobos, que sentimentalizam ações práticas. Falo porque sou prático. Sou determinado a fazer algo e não preciso de carga emocional elevada para realizar. E olha que vira e mexe dá errado.<br />
<br />
Agora, é fato que o cara que escreveu "O Segredo" é genial por uma percepção que ele teve: as pessoas precisam de apoio emocional o tempo todo. São carentes. A internet veio mostrar que a necessidade de se expor não é só pelo egocentrismo, é pela necessidade de aprovação, de receber apoio, elogios, ajuda, contato, ainda que para falar mal. E, claro, elogios, mesmo que de desconhecidos, mesmo que nem sejam lá tão sinceros.<br />
<br />
Corrijo muitas pessoas que escrevem errado. Amigos, inclusive (alguns diriam que principalmente). Corrijo porque me incomoda e porque não me custa nada. Se são amigos, é parte da obrigação de amigo avisar. Se não é, aviso apenas porque me irrita mesmo.<br />
<br />
Sim, eu confesso. Sou do contra.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-65659481739123968282011-02-02T00:45:00.000-02:002012-01-08T22:25:09.020-02:00Aniversário laboriosoQuando as pessoas pensam em aniversários, a imagem é de festa, comemoração, amigos, família, bebidas. E se o seu aniversário não tivesse nada disso? E se no seu aniversário, você chegasse às 7h15 no trabalho e só saísse às 22h? E se, durante o dia, enquanto as pessoas ligam para falar com você, você mal tenha tempo de conversar direito? E se mesmo assim, o dia tenha sido incrível e você tenha voltado para casa sorrindo?<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_lIRiBSV_SJc/TUjEt1IHR1I/AAAAAAAAAqU/L7x0SmJdqE4/s1600/Torres_Chelsea.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="170" src="http://4.bp.blogspot.com/_lIRiBSV_SJc/TUjEt1IHR1I/AAAAAAAAAqU/L7x0SmJdqE4/s320/Torres_Chelsea.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">58 milhões de euros. Quarta maior transferência do futebol</td></tr>
</tbody></table>
Se você não sabe o que é isso, acha que é inimaginável, talvez ainda não tenha vivido a experiência de ter como trabalho uma de suas maiores paixões. Trabalhar para levar às pessoas aquilo que você adora ver, assistir, conversar, comentar. Não tenha vivido a emoção de um trabalho que te faz pulsar de emoção, de ansiedade e fazer o coração bater na garganta, daquele jeito que só quando estamos ansiosos pelos melhores momentos da vida acontece.<br />
<br />
Dia de fechamento do mercado de transferências na Europa. Por lá, o chamado mercado de inverno dura de 1 a 31 de janeiro. Coincidentemente, 31 de janeiro é o meu aniversário. O período normalente não tem grandes transferências, já que estamos no meio da temporada europeia, que vai de agosto a maio. Neste 31 de janeiro de 2011 foi diferente.<br />
<br />
Especulações movimentaram todo o dia, como é tradicional. Algumas transferências, porém, eram esperadas para sacudir o mercado. Virar tudo do avesso, bater recordes. E no meio da temporada. O dia passava, dezenas de transferências se concretizavam, enquanto as especulações sobre outras aumentavam, esquentavam, deixavam torcedores ansiosos pelo fim de novelas que estavam todas ligadas.<br />
<br />
Se Fernando Torres saísse do Liverpool para o Chelsea, o Liverpool tiraria Andy Carroll do Newcastle. Valores astronômicos, quase inacreditáveis. Acompanhamos, minuto a minuto, segundo a segundo. Leitores ansiavam por uma notícia quente, recém saída do forno. Nós ficávamos de olhos, esperando uma definição.<br />
<br />
A poucos minutos do final, tudo se concretizou. Transferências milionárias, valores recordes, torcedores com emoções à flor da pele. Um pouco de raiva, um pouco de satisfação, muito de paixão pelo esporte que é uma loucura. Uma loucura que vivemos todos os dias. Cada vez mais apaixonados por ela. Enropercidos por essa loucura e essa paixão. Futebol. Aquele que é, também, o meu trabalho. <br />
<br />
Não por acaso, deixamos a redação quase 22h, no dia do meu aniversário, e ainda saí com sorrisos. Foi um dia cheio, trabalhoso, cansativo, mas principalmente, prazeroso. Porque, afinal, era a obrigação profissional, mas era também a paixão.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-30257550927972441632011-01-25T12:53:00.002-02:002011-01-25T16:49:33.450-02:00Esquadrão de malasComeçou o Big Brother Brasil, o famoso BBB. Torna-se rapidamente o assunto de conversas no café, no ônibus, nas redes sociais, até nas conversas de bar. É normal que seja assim. É um assunto forte, popular, no melhor sentido da palavra, porque muita gente assiste e gera repercussão, polêmica.<br />
<br />
Não sou muito de assistir BBB. O primeiro acompanhei todos os dias, junto com meu pai. Depois, perdi um pouco o interesse e ficava de olho mais nas gostosas que habitavam a casa. Nesse ano, vi o primeiro dia do programa, enquanto estava de férias do trabalho, e passei a acompanhar um pouco mais.<br />
<br />
Uma das imbecilidades que passei a escutar sobre o BBB, e que são recorrentes a cada ano que passa, é a ideia babaca que BBB é coisa de gente, digamos, menos favorecidas intelectualmente. Até chegaram a criar uma campanha no Twitter #troqueobbbporumlivro. Estúpido e explico por quê.<br />
<br />
Primeiro, uma campanha como essa parte da premissa que BBB é coisa "popularesca", tal qual novela, futebol e samba. Popular no sentido pejorativo, claro, quando ninguém diz, mas deixa a entender que é coisa de gente pobre, ignorante e afins. Mais ou menos a mesma associação que se faz a quem vota no Lula (ou, na última eleição, na Dilma). Uma premissa, obviamente, falsa.<br />
<br />
Outra premissa é que o símbolo de intelectualização é o livro. O livro é uma mídia como outra qualquer. Ler livros, qualquer livro, não torna ninguém mais inteligente que outro. E aí volto à campanha #troquebbbporumlivro. Cliquei na hashtag para ver o que diziam. Uma das sugestões que vi foi "A Cabana". outra foi "Qualquer um da Zíbia Gasparetto". Só faltou alguém citar "O Segredo". Mas certamente algum babaca o fez e eu que não tive paciência de procurar. Acho que já deu para entender o meu ponto, né?<br />
<br />
Se não, serei mais claro: pessoas que querem se dizer intelectuais criticam o BBB, como se fosse um programa que só conquistasse gente burra, e sugerem que um livro seria melhor. E aí sugerem "A Cabana" ou Zíbia Gasparetto. Justamente o tipo de livro que é criticado por ser, digamos, coisa de gente menos intelectualizada. Curioso, não?<br />
<br />
Mais uma premissa falsa da estúpida campanha #troquebbbporumlivro é que só dá para fazer uma coisa ou outra. Pessoas que lêem livros não podem gostar de assistir ao BBB? E quem disse que quem não vê o BBB lê mais livros? É possível fazer ambos. E é possível também não fazer nenhum dos dois. <br />
<br />
Ler e ver BBB não são atitudes correlatas e a sugestão de troca de um por outro sugere várias imbecilidades, que só mostram o quanto as pessoas são babacas. As redes sociais, entre os muitos benefícios que nos trouxe, expõem também cada vez mais a capacidade de babaquice das pessoas. Está aí o perfil do <a href="http://twitter.com/#%21/oclebermachado">@oclebermachado</a> que não me deixa mentir.<br />
<br />
Trabalho com futebol. Cansei de ouvir que é o Pão e Circo moderno, alienante e outras bobagens. Que cultura mesmo é teatro, "boa música" (muitas aspas nisso aí). Zzzzzzzzzz. Soa como a corte do século XVIII falando. Futebol é tão cultura quanto qualquer peça de teatro. Samba é tão cultura (ou mais) do que qualquer tipo de música. E olha que nem sou o maior apreciador do estilo.<br />
<br />
É o esquadrão de malas, sempre pronto a disparar babaquices...<br />
<br />
PS: quem gosta de BBB e principalmente quem gosta de bom humor, sugiro fortemente acessar o <a href="http://carolinaminhafilha.wordpress.com/">Carolina, minha filha</a>, da excelente <a href="http://twitter.com/#%21/carolinamendes">@carolinamendes</a>. Risadas garantidas. Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-30126677873752633082010-11-02T12:37:00.001-02:002010-11-02T12:46:15.737-02:00Fim do Fla-Flu nas urnas, violência na briga das torcidasFinalmente, acabaram as eleições. O último dia 31 foi o final de um processo que foi doloroso, pelas tristes campanhas feitas, cheias de ataques, usando táticas de ataques inescrupulosos. Mais do que isso, a campanha online foi terrível. E-mails de "denúncia" para lá e para lá, com supostos "dados" que implicavam contra o candidato ou a candidata.<br />
<br />
Eu vivi uma situação que me causa incômodo até agora. Um dos muitos e-mails de "denúncia" que chegou tratava do tal bolsa-família. Um porteiro em uma cidade do nordeste tinha pedido demissão, porque seu salário de R$ 800 era superado por auxílios que totalizavam R$ 1.900, dando links para a lei do bolsa-família para "comprovar" os dados. Claro, a ideia era bater no PT e na Dilma, criticando o programa.<br />
<br />
Achando aquilo muito estranho, porque havia auxílios do tipo "vale transporte", eu fui checar os benefícios. Encontrei muitos deles não existentes e dos que sobraram, três deles ainda estavam ativos. Dos três benefícios, dois deles eram de 2001 e um de 2003. Isso significa que dois deles eram do governo Fernando Henrique, enquanto um era do governo Lula. Ou seja, já complicou a crítica.<br />
<br />
Respondi a todos (já que os e-mails estavam abertos) perguntando se alguém tinha checado e mostrando o que eu tinha conferido. Disse ainda que era preciso cuidado com essas coisas, porque esse diz-que-me-diz era só prejudicial.<br />
<br />
O resultado? Quem me encoaminhou o e-mail ficou muito bravo comigo, a ponto de não querer mais sequer conversar. Disse que se sentiu desmentida para os amigos, porque eu respondi a todos. Me desculpei, porque a ideia não era desmenti-la para os amigos, mas esclarecer algo que era, claramente, uma mentira.<br />
<br />
Isso foi antes da eleição. Achei que o depois da eleição seria um pouco melhor. Ledo engano. Com a vitória de Dilma, começaram a surgir manifestações insatisfeitas, o que é muito natural e democrático. O problema é que foi além disso. "O povo é ignorante, nãio sabe votar". Acho engraçado porque quem fala isso não se considera povo, imagino.<br />
<br />
E ficou pior. "Mate um nordestino", "Escola para eles", "Essas pessoas que mal sabem ler e escrever podem votar, vergonha". O Tumblr <a href="http://xenofobianao.tumblr.com/">Xenofobia Não</a> juntou algumas das piores manifestações nesse sentido, que faz ter nojo dessas pessoas. É contra os seres humanos. Isso sim é ser contra a vida.<br />
<br />
É ignorância porque as grandes capitais são formadas, todas, por migrantes. São Paulo e Rio de Janeiro, duas das maiores, receberam uma parcela gigante de nordestinos que ajudaram a formar a cidade e torná-las grandes. Até hoje, são esses migrantes e seus descendentes que ajudam a manter a força de trabalho.<br />
<br />
Aliás, isso gera um preconceito interno, dentro da própria cidade de São Paulo, onde vivo, contra as pessoas da periferia - muitas delas nordestinos ou descendentes. O argumento é sempre esse: "ignorantes", falando da sua falta de escolaridade - que nem sempre é verdade, diga-se, mas mesmo se fosse, não seria motivo. Já cheguei a ouvir que quem tem ensino superior deveria ter "peso 2" no voto. Isso mesmo: quem não tiver oportunidade de estudar, não terá o mesmo peso de voto, o que, em tese, aumentaria a diferença social, já que quem é estudado e pertence a uma outra classe social tem interesses diferentes daqueles que não têm.<br />
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Quero fechar aqui dizendo o seguinte: é inocência achar que Dilma venceu a eleição por causa de bolsa-família. Há muito mais envolvido. No tão aclamado Sudeste, Dilma teve mais votos que Serra se os estados forem somados. E mesmo sem Norte e Nordeste, a candidata do PT teria vencido, como mostra <a href="http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/11/mesmo-sem-os-eleitores-do-norte-e-do-nordeste-dilma-venceria-serra.html">matéria do G1</a>.<br />
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Precisamos parar e pensar sobre o que foram essas eleições, como agimos e onde estamos. O nível foi um dos piores do período democrático. De tudo que eu vi, só não foi pior do que a eleição presidencial de 1989, onde todos os lados usaram das piores práticas de terrorismo social, espalhando medo e mentiras. Desta vez, com a internet, os boatos tornarem-se faíscas que encontraram nas redes sociais palha pronta a ser queimada e espalhar-se rapidamente. Repassar coisas que nem sabemos que é verdade, tomados por medo, resulta no que vimos: uma guerra de diz-que-me-diz e o debate político - já pobre em outras eleições - pior, esvaziado, quase nulo.<br />
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Daqui dois anos teremos novas eleições, em nível municipal. Vamos começar por agora pensando e tentando melhorar nossa postura?Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-26232923637899377792010-10-18T13:20:00.000-02:002010-10-18T13:20:32.758-02:00Política virou Fla-FluNessa época de eleições, um tema que invariavelmente cai nas mesas de bar, nas rodas de amigos, no trabalho, na faculdade, em casa e em todos, ou quase todos, os lugares é sobre política. Na teoria, seria bom. Na prática, um inferno.<br />
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Isso porque é normal, infelizmente, encontrar os torcedores de carteirinha. Aqueles que parecem torcedor de futebol: defendem seu candidato como se fosse seu time de coração, de infância, envolvido por uma paixão quase cega, naqueles que ofender o rival é uma prática comum.<br />
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A questão é que esses "torcedores" pareciam ter alcance apenas aos seus grupos de amigos, de trabalho ou família. Nesta eleição, com as redes sociais em um patamar maduro, o alcance desses grupos (que são os mais interessados em divulgar suas "ideias") é muito grande, talvez mundial. Suas ideias são usadas uns pelos outros, de forma viral (e contagiosa, o que é pior).<br />
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O resultado é esse filme de terror que estamos vendo: campanhas desastrosas, cheias de ataques uns aos outros, mas que desta vez ainda vêm junto com ataques falsos, e-mails que poderiam ser chamados de terroristas pelo seu tom ameaçador, com absurdos tamanhos que em um deles que li, qualquer pessoa razoável constataria os erros de informação - mascarados por uma suposta "ameaça" sobre a vitória daquele candidato.<br />
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O pior é que isso vale para os dois principais lados da eleição presidencial brasileira, aqueles dois que foram para o segundo turno. Os "torcedores" da Dilma ou do Serra fazem um trabalho parecido: tentam impor sua verdade ao outro, não importa como.<br />
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Cheguei a ter brigas com amigos porque entrei na discussão para tirar alguns dos absurdos falados, de lado a lado. O resultado: tanto um lado quanto outro passaram a ficar bravos comigo e criou uma situação chata entre amigos. Eu pergunto: vale a pena?<br />
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Comparo com o futebol porque é algo que envolve paixão. Mas nem no futebol, uma paixão minha, me levou a essa situação chata com amigos. Quando a política chega a esse nível de discussão de torcedores cegos de futebol, só posso pensar uma coisa: está tudo muito errado.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-91729959509880360442010-09-12T16:17:00.002-03:002010-09-12T23:00:30.030-03:00Fuckin' messyNão sou o maior primor de organização, mas algumas vezes a bagunça é grande demais. Envolvimento é algo natural, e assim deve ser. O problema é que não é uma via sempre aberto ao duplo sentido, o que significa que nem sempre o envolvimento é mútuo.<br />
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É uma rodovia arriscada. Você nunca sabe quais curvas vai enfrentar, nem se ela é de mão dupla o caminho todo. Ainda assim, exerce uma atração deliciosamente terrível em pisar no acelerador e sentir o vento bater no rosto a 120 km/h.<br />
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Só que, de repente, você está na contra-mão e nem percebe. Eis que você se vê acelerando e tentando escapar de colisões mais fortes, mas sabe também que se frear com tudo, pode fazer o carro capotar e causar um acidente maior ainda.<br />
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Então você diminui, mas continua tendo que desviar dos carros, dos caminhões, das motos. E não é culpa de ninguém, afinal, você digiria em uma via legalmente de mão dupla, sentia tudo correr bem e estava tudo indo bem. Só que de repente as coisas mudam subitamente, e tudo já está errado. E aí quando você pergunta o que foi, só consegue entender: it's all fucked up.<br />
<br />
É tudo uma bagunça e você já não acha mais nada. Sequer sabe onde está, onde aquela rodovia te levou. É só um caminho, você seguiu e não percebeu quando as coisas mudaram. Mas mudaram, e mudaram muito. Onde eu estava, com quem, o que fazia? Fukin' messy, a cabeça roda, o sono vem e a vontade é parar de dirigir e parar no primeiro hotel de beira de estrada para esquecer.<br />
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Ela se foi e a bagunça é tão grande que você demora até para saber onde está sua perna, seu braço, suas vontade perdidas que eram misturadas nas dela. Só que é preciso sair dali. No meio da estrada, perdido, não dá para continuar assim para sempre. Escapou de um acidente qualquer andando na contra-mão por sabe-se lá quanto sempo sem perceber, é hora de resolver as coisas.<br />
<br />
Onde estão as chaves? Ela estava sempre com elas nas mãos quando saíamos. Preciso encontrar de novo. Procurar pelas chaves é um saco, as malditas parecem desaparecer só para deixar você mais nervoso. Ela era importante, talvez mais do que você sequer imaginou no começo. E aí a vontade é sair pegando todas as mulheres que sejam minimamente atraentes e fazer delas suas por uma noite, talvez até menos.<br />
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Juntando as coisas, a cerveja esquentou, a vodka é vagabunda e já não dá mais para tomar que o estômago reclama. É tarde demais para lamentações, é preciso se levantar. Maldita janela sem cortina que deixa o sol esquentar demais isso aqui. Junto as coisas, uma bagunça, e parto. É hora de colocar o óculos de sol para aquela porra de sol não incomodar mais e continuar. O mundo é cheio de estradas, sempre há possibilidade de encontrar alguma que leve a um lugar bom. Se não, é ´so deixar para lá e tentar novamente. Quem se importa?Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-69909139547963068152010-08-12T19:03:00.000-03:002010-08-12T19:03:20.539-03:00Ausência presente, presença ausentePalpitação. Ar rarefeito. Respiração ofegante. Sinais outrora de um sorriso nos lábios quando a presença passava do pensamento ao abraço apertado, forte, colando os corpos que, mentalmente, já estavam juntos.<br />
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A ausência era uma lembrança, que quanto mais aumentava, mais chegava perto de diminuir. Uma contagem regressiva. Quanto mais se estende, mais chega perto do fim. A ansiedade era apenas uma prévia do que o encontro trataria de satisfazer.<br />
<br />
Sobressaltos, devanios, arrepios. Taquicardia, seguida de uma paralização repentina. A ausência, a evidência da falta, uma falta distante, perdida. Não há a ansiedade pelo abraço forte que virá, hora ou outra. É a angústia de saber que a ausência de algo que está ali, tão presente em pensamentos, não será satisfeita. Uma fome que não tem perspectiva de ser saciada. Uma ausência constantemente presente.<br />
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Presença. O calor do sorriso está ali, mas envolto em um impedimento angustiante. Ela está ali, o sorriso brilha, mas é breve. Presente, forte e intenso, mas ausente. Distante um coração. A ligação antes quase instantânea e pré-estabelecida parece não existir. Uma ponte Rio-Niterói destruída. O que antes era uma ligação densa, ficou apenas o mar, com sua infinitude, separando o que antes parecia unido intrinsecamente. Presente, mas ausente.<br />
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A sincronia antes louvada tornou-se atrasada, falha. Os receptores não estão ligados. O furacão devasta, mas o sorriso tenta disfarçar que falta, que falta ela, falta o sorriso dela, falta o abraço, o beijo, a respiração ofegante. Falta o amor transbordando em cada palavra, no olhar sedutor, na pele quente, nos abraços fortes, no desejo, nas pernas enroscadas, nas roupas jogadas pelo chão, no sol da manhã, no beijo de bom dia.<br />
<br />
Falta ar. Na ausência, é presente. Na presença, é ausente. Um amor desligado, presente, diluído. Invisível, mas presente naqueles olhos que devoro, e que agora só me olham por alguns segundos. O calor esquenta o rosto, ferve o sangue, aperta os sentimenrtos. Saudade, eis a constante.<br />
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Amor de mão dupla interrompido pela mão única. Obras de desvio que fazem o sangue se perder e não encontrar mais o dela. Se perdem, na bagunça dos sentimentos bagunçados que ela não mostra mais, que não se encontra nas dúvidas que ela tem.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-91403716680900563752010-08-09T18:44:00.000-03:002010-08-09T18:44:53.904-03:00Barco dos sonhosTudo era nada e nada era tudo. Tudo era ela e ela se tornou expectativa. Expectativa que virou prazer, prazer que virou alegria, alegria que tornou-se satisfação, satisfação que tornou-se sentimento, que correu pelas veias, fervendo, borlhulhando e transcendendo limites, fronteiras e padrões. Era tudo intensamente vivido, fluído, vivo.<br />
<br />
Um mar de sensações que cobria as noites de sonhos, por vezes de olhos abertos. Um mar navegado por ela com a intuição, com a força de sentimentos vividos com o prazer de sinceridade e o gosto doce da liberdade.<br />
<br />
Amor fluido, que foge ao equilíbrio e envolve, encanta, inebria. No torpor que esse mar se torna, ela navega, satisfaz, corresponde. O amor parece infinito, como são os sentimentos vividos, que não possuem fronteiras, bordas, limites, padr~eos. São intensamente sensuais, sexuais, vorazes, libidinosos, apaixonantes, fortes como o abraço que a envolve quando há o encontro entre os corpos.<br />
<br />
Até que um dia o barco se perde, some do horizonte que, de tão vasto, parece engolir tudo que nele há. E faz de todo o mundo de sensações um labirinto, uma Atlântida no oceano. Ela existiu, esteve lá, parece sempre ali, diluído naquele mar de emoções, sentimentos.<br />
<br />
As lembranças, intensas e deliciosas antes, proque eram apenas uma forma de reforçar o que viria depois, torna-se uma saudosa maneira de olhar para algo que agora é pura incerteza. Incerteza no mar, porque, no coração, ela continua um barco de sonhos, navegando pela minha mente, carregando todo o amor que, como o mar, parece infinito no horizonte...Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-21285676155891519772010-01-04T00:26:00.000-02:002010-01-04T00:26:26.893-02:00Ir além do óbvioEscolhemos um caminho ou somos escolhidos por ele? Nem sempre é fácil dizer. Há escolhas sendo feitas o tempo todo, até quando sequer pensamos nelas. Fiz algumas delas conscientemente. E sabia o que custariam. Na teoria.<br />
<br />
É, porque na prática as coisas são sempre mais duras de lidar. A dor é imaginável, mas só é possível saber quando a sentimos, quando o sangue cai da ferida. Sonhar é inevitável e diria que é necessário. Ir atrás dos sonhos já é outra história. Ousar sair da zona de conforto em busca de algo incerto é uma decisão que envolve coragem e um pouco de loucura também. A medida de cada um deles é uma fórmula tão volátil que é impossível de ser escrita.<br />
<br />
Mergulhar nesse mar gelado é uma opção. E eu quis. Não acho justo reclamar agora. Então, me calo. Eu sabia que custaria muito. Que a busca por um sonho implicaria no mínimo o adiamento de outros. Calculei o tamanho da onda e pulei. Mas quando ela bate, gelada, e te faz quase parar o coração, o que dizer? O que fazer? Sentir o corpo febril e quente enquanto os pêlos se arrepiam e não poder contar a ninguém. Saber que depois de uma onda virá outra, e outra, e outra... Mas que depois de todas terá terra firme. Como já teve antes.<br />
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Quis jornalismo. Sempre soube que era por causa do esporte. Era por essa paixão que eu queria. Sempre soube também que jornalista se forma para ser jornalista, não para ser jornalista esportivo. Trabalhei para ser jornalista. Veio a Escola do Futuro, veio o Techguru. Em pouco menos de dois anos, veio a Trivela. Era a chance de trabalhar com futebol, com jornalismo esportivo, com aquilo que lá atrás, em 2003, se tornou um sonho que parecia longe.<br />
<br />
As ondas ainda são altas, o mar é fundo e não dá pé, mas há esperança e a terra firme ao menos é uma esperança no horizonte. Ao menos há um caminho a ser seguido, ainda que a custa de turbulências na vida pessoal dos mais variados tipos. Como eu disse lá em cima, não dá para mergulhar no Mar do Norte e reclamar que a água tá gelada, né? Então como diria a filósofa Dori, de "Procurando Nemo", continue a nadar, continue a nadar...Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-34605159121321245642009-10-27T23:44:00.001-02:002009-10-27T23:45:38.254-02:00Saúde pública, decepções e surpresasNos últimos meses, virei especialista em LCA. Não sabe o que é? Ligamento Cruzado Anterior. O problema que me afetou mais de um ano e que ainda estou recuperando, pós-cirurgia. Se a recuperação é longa (sete longos meses até poder correr e jogar futebol de novo), mais demorado ainda foi chegar até aqui.<br />
<br />
Junho de 2008. Jogando futebol, depois de muito tempo, machuco o joelho. Em princípio, parecia nada muito sério, ligamentos laterais, gelo, antiinflamatório. Quando a dor passou, nova tentativa de futebol em agosto. O primeiro pique e a mesma dor. Nova consulta. Como saúde pública demora (ainda que pelo Hospital Universitário da USP, como aluno da universidade, o que dá uma espécie de "convênio" por lá e no Hospital das Clínicas, também da universidade), só em outubro.<br />
<br />
Chega outubro. Espera, exame, constatação: parece sério. Pedido de exame de ressonância magnética. Só em dezembro. Não tem vaga antes. Chega dezembro, faço o exame. Pego o exame no começo de janeiro. Vou marcar a consulta. Vaga? Só em março. Espero.<br />
<br />
Março. "Você precisa operar". Ok, já sabia, àquela altura, depois de falar com quem teve problemas parecidos, pela experiência em acompanhar noticiário esportivo. Lesão completa no Ligamento Cruzado Anterior e no menisco. Não se faz operações desse tipo no HU. Transferência para o HC. Para isso, dois dias de espera na burocracia. Depois, mais espera até ser marcada consulta.<br />
<br />
Final de março. Hospital das Clínicas, Departamento de Medicina Esportiva. Exames e novamente o mesmo diagnóstico: cirurgia. O problema? Não tinha vagas. Demoraria cerca de três meses.<br />
<br />
<br />
1º de outubro. Ligação do HC. Exames na sexta (que acabaram acontecendo na segunda também) e operação na terça. Sim, finalmente era chegada a hora. Quase seis meses depois - ao invés dos três previstos.<br />
<br />
"A operação é a parte fácil", disse o médico. "Difícil é a recuperação". Fisioterapia? Não tem vaga. Marcação prévia para dezembro. "Eles ligam". E nada. Lofo depois da cirurgia, dor imensa nos primeiros dias. Dor constante nos seguintes. Muletas. Por mais de um mês. Duas semanas de molho, tentando trabalhar de casa, fazer o que é possível. Dores, que tinham diminuído, reaparecem. E como fazer? Dias em casa para ver se resolve.<br />
<br />
Telefone toca. HC. Fisioterapia vai começar em dois dias. Sim, surpreendentemente, na última semana de outubro chamam para começar a fisioterapia. Pouco mais de um mês antes do previsto! Sim, às vezes o sistema de saúde pública consegue fazer boas surpresas. Exatamente 21 dias depois da cirurgia, eles ligam. O ideal seria antes, mas o fato de ter saído já é um grande alívio.<br />
<br />
E vamos que vamos. De muletas, claro.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-19530659449505118862009-08-24T01:10:00.000-03:002009-08-24T01:10:35.776-03:00Fazendo forçaE aí que eu comecei a fazer academia. Aliás, parênteses (mal comecei e uso parênteses... E ainda coloco um partênses no meio do parênteses!): estava no telefone com meu pai e disse que saindo do trabalho ia para a academia. "Ah, vai direto pra faculdade". "Não, pai, é academia de exercício físico". "Ah, tá...". Fecha parênteses.<br />
<br />
Como eu dizia, voltei à academia. Pois é, recomendação médica para fortalecer a musculatora em volta do joelho machucado que será em breve (espero) operado. E, bom, também preciso perder peso, então, é juntar o útil com o necessário. <br />
<br />
O negócio é que eu gosto de exercícios. Sério, gosto mesmo. Me sinto melhor quando faço exercícios. Comecei pouco antes das férias, o que complicou um pouco minha frequencia, com provas e trabalhos finais em sua fase mais aguda.<br />
<br />
Vieram as férias e passei a ser assíduo, no mínimo três vezes por semana, na maioria quatro ou cinco vezes. Só que não ter hora para sair de lá era um fator que facilitava. Com a volta às aulas, a correria chegou também. Sair no horário do rush da academia me faz chegar atrasado na faculdade. Todos os dias.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_lIRiBSV_SJc/SpISgc51VUI/AAAAAAAAAjo/sOYwTkPdiwc/s1600-h/Aparelhos2Grande.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_lIRiBSV_SJc/SpISgc51VUI/AAAAAAAAAjo/sOYwTkPdiwc/s320/Aparelhos2Grande.jpg" /></a></div><br />
E aí que to pensando em como adequar isso tudo nessa nova rotina. Rotina que tenho medo que se torne massacrante e que estou tentando me planejar para não deixar que me transforme em pó.<br />
<br />
Aliás, curiosidade dessa volta à academia é que não senti dor. Talvez resultado da excelente academia que estou fazendo (pelo que cobram também, é só o que eu podia esperar). Senti resultados primeiro em mais fôlego e, aos poucos, no próprio corpo. É, tá melhorando.<br />
<br />
Mais do que isso, uma motivação de ficar mais animado, mais disposto. Porque sedentarismo tem isso: quanto menos exercício você faz, menos dá vontade de fazer. A relação contrária está se tornando verdadeira para mim, o que tá sendo ótimo.<br />
<br />
Fato é: espero que não seja temporário. E que comece a perder peso - porque nesse ponto eu ainda não senti diferença nenhuma.<br />
<br />
Devo dizer também que a academia tem um papel importante em outro campo: psicológico. Ajuda a desestressar, a não pensar em algumas coisas que poderiam atormentar nas férias, tal como falta de uma pessoa. Não senti nenhuma falta. Um pouco, sei que é pela atividade constante, mente preenchida com outras coisas. Outra parte é mesmo uma vitória emocional.<br />
<br />
Diria que exercício físico é ótimo para depressão. Não cheguei a tanto, mas senti seu efeito. Espero que continue.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-29140272650601478192009-08-13T01:40:00.002-03:002009-08-13T01:40:52.579-03:00SufocoEstou no sufoco do tempo.<br />
Da sobra, do excesso, da desorganização.<br />
Do muito, do pouco, do nada, do todo.<br />
<br />
Ideias todos os dias, vontade nunca.<br />
<br />
E assim caminho em direção ao trabalho. Sentindo a brisa das férias passar e deixar aquele gosto de saudade.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-6473793938196496072009-07-13T20:16:00.000-03:002009-07-13T20:16:39.292-03:00Sonhos que esmaecem<div style="text-align: center;"><object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/get/flashplayer/current/swflash.cab" height="150" id="BlipEmbedPlayer" width="100%"><param name="movie" value="http://blip.fm/_/swf/BlipEmbedPlayer.swf" /><param name="quality" value="high" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="wmode" value="transparent" /><param name="FlashVars" value="blipId=16581646" /><embed src="http://blip.fm/_/swf/BlipEmbedPlayer.swf" quality="high"height="150" width="100%" name="BlipEmbedPlayer" align="middle"play="true"loop="false"quality="high"allowScriptAccess="always"type="application/x-shockwave-flash"pluginspage="http://www.adobe.com/go/getflashplayer"wmode="transparent"flashVars="blipId=16581646"></embed></object></div><br />
Os sonhos são coloridos. Tem aspecto de obra de arte, parecem doces, saborosos e realizá-los parece ser uma tarefa nobre. O problema é que a vida trata de pintar as etapas de cinza e jogar um sabor amargo logo depois da cobertura doce que vemos.<br />
<br />
Abrir mão de <strike>algumas</strike> muitas coisas é necessário. Previsível, inclusive. Estava planejado. O dia a dia vai minando a beleza do futuro com a amargura do presente. As contas que vencem, o cheque especial que não zera nunca e o salário, que parece nem merecer esse título (aliás, não chama mesmo, o nome é bolsa-auxílio).<br />
<br />
Pouco a pouco, fui abrindo mão de diversas coisas que, por serem coisas, achei que não fariam falta. Até que chegam os finais de semana, tenho que sair e lembro que abri mão do carro. Ou quando penso em trocar de computador para melhorar o desempenho e tenho que caçar financiamento, porque juntar dinheiro é impossível com o cheque especial comendo o dinheiro que entra.<br />
<br />
Tem também a questão encontro com amigos, quando vemos onde cada um está, e as compração são quase imediatas e inevitáveis. A sensação de que falta algo aumenta.<br />
<br />
Continuo achando que as muadanças valeram a pena, que os sacrifícios serão recompensados. Só que, às vezes, a vida é dura demais por mais tempo do que imaginava...Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-29356106785426419342009-07-07T12:53:00.001-03:002009-07-07T12:54:34.578-03:00Frieza devoradora de palavras<div style="text-align: center;"><object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/get/flashplayer/current/swflash.cab" height="150" id="BlipEmbedPlayer" width="100%"><param name="movie" value="http://blip.fm/_/swf/BlipEmbedPlayer.swf" /><param name="quality" value="high" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="wmode" value="transparent" /><param name="FlashVars" value="blipId=15983616" /><embed src="http://blip.fm/_/swf/BlipEmbedPlayer.swf" quality="high"height="150" width="100%" name="BlipEmbedPlayer" align="middle"play="true"loop="false"quality="high"allowScriptAccess="always"type="application/x-shockwave-flash"pluginspage="http://www.adobe.com/go/getflashplayer"wmode="transparent"flashVars="blipId=15983616"></embed></object></div><br />
<br />
<div style="text-align: left;">Palavras e pensamentos se devoram. Trazem angústia, um certo medo, muita ansiedade e tentam esconder uma paixão que não pode mais ser escondida. Toma a mente, tira a atenção, martela desejos, emerge frustrações.</div><br />
A moça destila sua frieza em meio a pequenas pílulas de sorrisos. Distância artificialmente criada com postura, expressões e, por vezes, um silêncio perturbador.<br />
<br />
Palavras jogadas para que ela abra uma porta para o diálogo. Em vão. Elas batem e voltam, como se encontrassem apenas um muro que impede qualquer aproximação daquele território. Parece que o diálogo só é possível se um ataque forte, preciso e seguro atingir o muro. Só assim parece ser possível abalar a sua resistência.<br />
<br />
Oportunidades. Elas se esvaem como água correndo pelo ralo. Entre angústia e paixão. Esperança que se dissolve, pouco a pouco, entre olhares distantes e mãos geladas que fogem. ela já derrubou o meu muro, mas o dela parece longe de cair.<br />
<br />
Distância, silêncio, ausência. Na ausência, busco um remédio incapaz de resolver o mundo prestes a explodir no peito. Silêncio que dessa vez tem a distância como parceira e como minha maior inimiga.<br />
<br />
As crises, diziam os gregos, são uma oportunidade para um crescimento, aprimoramento, uma melhora. Talvez seja o momento de uma tentativa forte, verdadeira, irremediável. A crise pode ser a última chance de transformar a agonia da ausência no conforto da presença.<br />
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Que as vozes se encontrem e sejam como pedras atiradas contra o vidro do silêncio, impávido colosso.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-65742913963963869362009-06-21T23:58:00.000-03:002009-06-21T23:58:37.890-03:00O eterno duelo entre diversão e obrigaçãoPasso grande parte dos dias em frente ao computador. Como é parte do trabalho, é inevitável. A questão é que parece que, cada vez mais, a obrigação domina a diversão. Isso significa que toda vez que estou no computador, me sinto trabalhando. Ou, pior, fico com a sensação de ter que estar trabalhando.<br />
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É difícil ter foco no que eu preciso fazer no computador fora do trabalho. Memso no trabalho a tarefa passa longe de ser fácil, mas parece muito mais simples. Ali é obrigação e com obrigação é mais fácil lidar. Tem que ser feito. Mas e quando se trata de outra coisa?<br />
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Esse final de semana eu tomei para fazer os trabalhos que a faculdade exige que sejam entregues nessa semana derradeira. Claro, deveria ter começado a fazer antes, durante outros períodos mais tranquilos do semestre. Deveria, óbvio, mas sabemos que nunca é assim. Então, acumula grande parte para esse momento. Mas concentrar-se nesse tarefa é difícil.<br />
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O computador lembra trabalho. Quando não lembra trabalho, tem muitas outras coisas para serem feitas, daquelas que você coloca na lista de prioridades que nunca chegam. Uma delas é escrever. Me sinto bem escrevendo, faço isso sempre que posso, é um prazer, um lazer, uma diversão. Mas escrever no blog, ultimamente, parece perda de tempo. Parece que o <i>trade-off</i> não compensa. Deveria estar fazendo outra coisa, mais importante. Deveria estar fazendo alguma obrigação, entre as muitas que existem.<br />
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Fato é que a diversão fica para o lado, a obrigação não é cumprida por inteiro e o problema aumenta nos dois campos. Nem há a diversão, nem a obrigação. Parcialmente, ao menos, a obrigação é cumprida. Pouco a pouco, ela vai sendo cumprida. Mas a diversão... Fica para a próxima. Uma próxima, na verdade, muito distante.<br />
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E estou aqui, escrevendo, enquanto estou pensando que deveria estar dormindo, para descansar, para poder trabalhar bem no outro dia, cumprir as obrigações. Ah, sempre elas, as obrigações.<br />
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Esse duelo infernal entre obrigação e diversão enfraquece as duas, tanto que nem uma delas consegue ter a minha dedicação devida. Sempre me coloco metas para cumprir, nem sempre consigo atingir todas elas. Talvez porque as coloque alto demais. Talvez porque precise me dedicar mais. Fato é que essa semana vai exigir, mais uma vez, a dedicação da urgência - e com ela, a eficiência para incrivelmente aumentar. Coisas da pressão.<br />
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Ao menos esse final de semana cheio de obrigações não cumpridas completamente estancaram a ansiedade pela semana que chega. A ansiedade pelas mil palavras silenciadas que parecem cada vez mais próximas de sair. Que parece terem data para sair. Que devem mudar tudo - mesmo que não mude nada. Mas essa é uma outra conversa...Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-24832457403133110282009-05-26T01:37:00.000-03:002009-05-26T01:37:44.417-03:002 roupas, 2 comportamentosManhã. O sol já está alto, mas o vendo frio ainda impera. As pessoas se juntam, involuntariamente, rumo aos seus destinos. Os olhos se encontram com muitos outros olhos. Na maioria das vezes, não dura nem um segundo.<br />
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Alguns olhares duram mais. Medem. Encaram. Sentem. Até paqueram, despretenciosamente. Olhares perdidos, esquecidos, distraídos, sérios. Parados. Analisam. Ela, calça social preta, risca de giz, uma blusa branca, fechada, bastante sóbria e um blazer preto, também risca de giz. Loira de cabelos bem claros, olhar sério, centrado. Olhos castanhos, não muito claros. Entre 28 e 32 anos, provavelmente.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_lIRiBSV_SJc/Shtxd6leuXI/AAAAAAAAAho/73L_1W-3RNk/s1600-h/1011895_61141868.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_lIRiBSV_SJc/Shtxd6leuXI/AAAAAAAAAho/73L_1W-3RNk/s320/1011895_61141868.jpg" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Roupa, a personalidade de vestir</b></span></div><br />
Ele, camiseta cinza, calça jeans azul escuro, tênis, cabelo arrumado, mochila nas costas, fone no ouvido, barba por fazer. A idade é algo entre 22 e 26 anos. Olha para Ela, que não tira a frieza do olhar. Se posiciona, se segura, enquanto o metrô segue. A postura dela é de uma mulher segura, quase-auto-suficiente. Ele lembra-se de quando, vestido de terno e gravata, olhavam-no com um ar de seriedade, maturidade e, por que não dizer, certa admiração.<br />
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As roupas, dizem, falam por nós. A moda está presente em nós mesmo se a renegarmos. Curioso como uma relação de mulher, um pouco mais velha e roupa social com um homem com roupas mais informais, aspecto mais jovem nos acessórios também, cria uma barreira que, em outra situação sequer existiria. Talvez até os aproximasse, se a diferença de roupas, pura e simplesmente isso, não fosse tão visível.<br />
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Ela o observa, discretamente. Sente que ele direciona seu olhar para ela frequentemente. A procura. Ela não se parece se incomodar, mas tampouco tenciona tornar o rosto mais suave, destravar os lábios e sorrir. Mantém-se firme. Ele também não esboça um sorriso, mas olha para ela procurando qualquer pequeno sinal de receptividade.<br />
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As roupas dele sugerem que ele é mais novo. Que talvez ganhe menos. Talvez seja imaturo. A camiseta, o jeans, o tênis, a mochila... Aquele aspecto um tanto jovem demais para uma mulher como ela, com seu blazer bem cortado, sua calça social, sua maquiagem muito sóbria, ainda que bela.<br />
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O sinal toca. Movimentação, dispersão, Ela some dele, ELe some dela. Ela sequer olha para trás. Continua seu caminho, sem saber se está sendo caçada pelos olhos dela. Nem se preocupou. Ele não a procura - inútil buscar a atenção de quem não a deu em nenhum segundo inteiro.<br />
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Ela vai para a grande corporação que trabalha, linda, imponente, impecável. Ele vai apenas trabalhar, com seu jeans, camiseta e mp3 no ouvido, cantando em silêncio.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-55527250019063084562009-05-23T14:56:00.001-03:002009-05-23T14:59:08.003-03:00Todo diaA música dá início ao dia que começou antes do último suspiro do dia. E começa com "I'm I lost? Sent too far away...". Parece prever o que virá pela frente.<br /><br /><object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://fpdownload.macromedia.com/get/flashplayer/current/swflash.cab" id="BlipEmbedPlayer" height="150" width="100%"><param name="movie" value="http://blip.fm/_/swf/BlipEmbedPlayer.swf"><param name="quality" value="high"><param name="allowScriptAccess" value="always"><param name="wmode" value="transparent"><param name="FlashVars" value="blipId=11570447"><embed src="http://blip.fm/_/swf/BlipEmbedPlayer.swf" name="BlipEmbedPlayer" play="true" loop="false" quality="high" allowscriptaccess="always" type="application/x-shockwave-flash" pluginspage="http://www.adobe.com/go/getflashplayer" wmode="transparent" flashvars="blipId=11570447" align="middle" height="150" width="100%"></embed></object><br /><br />Os olhos procuram onde se prender, como se estivesse buscando um ponto de apoio em uma escalada. Qualquer vacilo, e caem, fechando as cortinas do mundo. Mundo que pede que tudo aconteça ali, rápido, agora, já, para ontem, muito, sempre.<br /><br />Se a visão está comprometida, a audição tenta manter o sistema funcionando, se embriagando com melodias e letras, que se esmagam na falta de ar, no pé pisado, no espaço disputado, no calor inevitável, nas expressões sérias, na falta de sorrisos, nos rostos femininos maquiados, nos olhares não correspondidos.<br /><br />As palavras finalmente chegam, atrolepadas por um montro chamado <strike>prensa</strike> pressa. Elas aparecem, se combinam e se tornam poderosas. De despretenciosas, ganham vida, significado, traços, personalidade, preconceitos, julgamentos, amores e ódios. Sem sequer ter pensado nisso.<br /><br />Os olhos já não buscam mais apoio. Foram abastecidos por substâncias químicas pesadas, porém naturais, transformadas em líquido preto. O efeito não é o esperado, mas o passar do dia se encarrega de manter os olhos abertos.<br /><br />O sol, na descendente, leva a oeste a realização do sonho de dois anos antes. O caminho inclui muito cinza, paradas, mas também inclui trilha sonora, por vezes também arranjos de palavras e muitos sentidos, além de, frequentemente, viagens ao mundo de Orfeu.<br /><br />Orfeu sai de cena, entra Baco, com sua alegria, sua forma viciante de lidar com tudo que envolve. Gosta de envolver produtos de frutas roxas em suas intervenções, embora apareça menos do que aquelas de origem nas gramíneas.<br /><br />Mas o ingrediente principal da receita de baco é a rede de sorrisos que ele cria, ligando um ao outro de forma quase indissolúvel - ainda que às vezes as cordas sejam roídas e fiquem mais fracas. Ele sequer precisa intervir: a ausência de sorrisos que corrói a corda faz com que os sorrisos se busquem, se descubram, se solidarizem. Porque a quebra de uma corda seria a ruína de Baco. E isso ele não permitiria.<br /><br />Antes de o ciclo voltar ao zero - ou, às vezes, até um pouco depois -, vem ela. A companheira que se faz presente várias vezes na semana. Aquela com quem eu tenho cada vez mais intimidade, que se deita na cama comigo diversas vezes, que me acompanha nos piores momentos. E eu só sei reclamar dela, xingá-la, praguejar sobre ela. Ah, insônia, você me entenderia se estivesse no meu lugar!<br /><br />Que se fechem as cortinas. A trilha sonora do amanhã chega muito antes do esperado.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-69330419313417020012009-05-12T01:43:00.002-03:002009-05-12T01:44:56.113-03:00O sono dos inocentesTarde da noite. Chego em casa, como, penso no que farei no dia seguinte. O computador. Aquela doce tentação de ver os e-mails, sempre tão numerosos, sempre com tantas coisas. Muito o que fazer, de útil, inclusive (aliás, acabei de me lembrar sobre algo importante, aguentem aí. ... Pronto. Livro que preciso encontrar, um problema).<br /><br />Vá lá, tenho mesmo muito o que fazer e muito disso pode ser feito no computador. Logo, nada de mau em usá-lo. A "questã" é que não faço metade (otimista...) das coisas que penso/quero/tenho que fazer. E aí vão lá horas e horas e quando vejo: pimba! Mais de 2h da manhã e eu ainda não dormir. Pior: estou sem sono.<br /><br />Pergunta: por que? Resposta 1: insônia. A maldita tem me pegado nos últimos anos. Em alguns casos, consegui capitalizar em cima dela: freelancer, em uma época, trabalhos e estudos em outra. A grande maioria do tempo, porém, é puramente dedicada ao desperdício.<br /><br />E tem o trabalho. Todo dia, cheg uns 15 minutos, no mínimo, atrasado. Todos os dias acordo pensando que devo sair mais cedo, para não me atrasar mais. Justo, simples. Simples? Acordo, faço as coisas mais rápido, acho que vai dar tempo e quando vejo, fiz tudo igual.<br /><br />O tempo é uma das preciosidades mais caras que temos na vida e eu sempre sinto como se fosse aquelas ampulhetas, com a areia caindo com cara de desperdício.<br /><br />Vejam hoje. quase 2h da manhã e eu aqui. Ao menos hoje eu achei um sebo com o livro que eu preciso para um trabalho da faculdade (lembra da pausa lá em icma?). Ao menos estou exercendo um pouco da muita vontade de escrever aqui que tenho (tenho muito mais a dizer sobre isso, mas não tenho conseguido colocar em prática, sabe-se lá por que).<br /><br />Enfim, boa noite.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-2721201588900683262009-04-13T00:59:00.002-03:002009-04-13T07:41:40.792-03:00O custo das escolhasDesde que decidi fazer jornalismo, penso no que isso significou na minha vida. Abandonar uma carreira para começar outra. Mais do que isso: deixar o trabalho em segundo plano para apostar na mera possibilidade de isso acontecer: era a época de cursinho.<br />
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Já tinha aberto mão de salário mais alto por um emprego que achava que era mais interessante do ponto de vista de carreira. Mas abrir mão da carreira era um passo maior. Muito maior. Era começar do zero, investir em outra vida. E isso tem um (alto) custo. <br />
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Lendo alguns dos capítulos iniciais do livro "Introdução à Economia", da N. Gregory Mankiw, da Universidade de Harvard, encontrei um conceito dos mais interessantes para serem aplicados na vida. Aliás, estudando esses conceitos, eles parecem mesmo muito próximos da vida cotidiana - ao menos os básicos.<br />
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Ao ler o livro de Mankiw, descobri que isso tem um nome formal e está na teoria econômica. No primeiro capítulo, Mankiw explica dez princípios básicos da esconomia. O segundo é descrito por ele como: "o custo de alguma coisa é do que você desiste para obtê-la". O título já fez todo sentido para mim.<br />
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Jornalismo para mim custou uma carreira. Uma carreira que eu já tinha começado a traçar, desenhar e trilhar. Foi abrir mão de um salário que já me deixava confortável, que me permitiria coisas que hoje eu nem posso pensar.<br />
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Vejo, por exemplo, amigos meus comprando carro. Algo que eu já tinha feito, mas tive que abrir mão. Vejo eles terem tempo para outras coisas que eu, como estudante, não consigo ter. Vejo eles em outro estágio da carreira, que eu abri mão de estar.<br />
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Esse foi o meu custo oportunidade. Foi o que eu deixei para trás para entrar em jornalismo. Era um custo calculado - sabia que, no mínimo, adiaria por alguns anos. Mas o risco não tinha só perdas. Tinha acertos.<br />
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Fazendo jornalismo, tive a chance de, no primeiro mês como estudante do curso, estar em uma redação dos maiores jornais do país para fazer um freelance. Tive a chance de começar na profissão que eu tanto quis. Um caminho novo, que me dá mais motivação, mais prazer em trabalhar - ainda que o salário ainda esteja muito longe do que eu ganhava antes de entrar na carreira.<br />
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O melhor, porém, veio no melhor jeito possível. Ao entrar em jornalismo, exatamente nessa turma, em 2008, descobri pessoas incríveis. Colegas que se tornaram amigos, pessoas que, cada vez mais, fazem diferença. Não esperava uma turma tão unida, tão alegre, tão divertida, tão inteligente, tão inesquecível - e em tão pouco tempo.<br />
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O custo oportunidade, no meu caso, foi muito alto. Mas o risco valeu - e valeu muito.Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-66719268949923807252009-04-06T00:13:00.000-03:002009-04-06T00:13:22.801-03:00Mortadela, jornalismo e ChePoderia ser um domingo qualquer, com o descanso e a tranquilidade que eu, confesso, gosto muito. Acordar tarde, tomar café tardia e preguiçosamente. Ver a reprise da Fórmula 1... De repente, uma ligação para realizarmos o que tínhamos planejado: visita ao mercadão e misturar <a href="http://sujeitospredicados.blogspot.com/2009/04/jornalistas-e-mortadela.html">jornalismo e mortadela</a>.<br />
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Primeiro, estar com <a href="http://dedentrodacaxola.blogspot.com/">ela</a> é sempre um prazer, por tudo que ela é - e que não vou me arriscar a descrever, para não reduzir demais suas qualidades. E com a companhia de mais um amigo, mais dela do que meu, aniversariante. E lá fomos nós, passear pelo centro de São Paulo.<br />
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Largo São Bento, Vinte e Cinco de Março, Mercadão. Lá estávamos nós, em busca de conhecer mais sobre aquele gigante arquitetônico cheio de delícias, frutas e iguarias. E com algo surpreendente: jornalismo em debate. Mas antes, a mortadela.<br />
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MEsas tomadas por muitas e muitas pessoas. O programa de ir ao Mercadão é realmente ótimo, especialmente em um domingo. Um bom lugar para conhecer, ver, sentir, comer. Sim, comer. Aquele sanduíche famoso de mortadela é, realmente, tudo isso (inclusive o preço, um tanto alto).<br />
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Depois, alguns grandes nomes do jornalismo, com seus respectivos livros, e uma proposta de debate. Com um público quase que só de estudantes, o debate ficou com cara de palestra, com toques, sugestões e alguns poucos "causos". Interessante, de qualquer forma.<br />
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Batidas do relógio da igreja. É a chuva que se anuncia, bem a tempo de chegarmos no coberto. Do centro histórico para o centro comercial, quiçá financeiro: Avenida Paulista. Encontro e desencontro com amigos e a idéia do cinema: Che.<br />
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Filme interessante, longo, com histórias curiosas, interessante que tornam uma das figuras mais conhecidas do mundo uma pessoa comum. Che, do anonimado e do rosto limpo até a glória com a boina e a barba grande. Uma narrativa com datas, mas construídas aos poucos, tudo junto e misturado.<br />
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Fim de noite, com um domingo para se lembrar. Porque como bem citou um dos jornalistas presentes no mercadão, Bagriel Garcia Marques disse certa vez: "a vida não é o que vivemos, mas aquilo que nos recordamos".Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-28303776.post-54712601577628797522009-03-16T10:30:00.039-03:002009-03-16T10:30:00.203-03:00Vida de jornalista estagiárioTrabalhar é algo que eu sinto falta. Por mais que canse, que às vezes irrite, que faça acordar cedo, pegar metrô e ônibus cheios... E mesmo que não sentisse falta, teria que trabalhar de qualquer jeito. Afinal, as contas não esperam (e dois meses sem receber fizeram um estrago no cheque especial).<br />
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Depois de quase um mês de trabalho, dá para sentir que é bem diferente do anterior. O jornalismo agora será mais presente. E tende a ser muito mais ainda, agora que estamos com mais planos. Tende a ser ainda mais jornalismo de apuração, e menos redação.<br />
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Mesmo sendo um começo, um estágio, considero uma vitória. Uma vitória em segunda etapa de uma idéia que surgiu alguns anos atrás, quando quis me tornar jornalista. Ainda mais podendo trabalhar em uma área que tenho afinidade, que é tecnologia.<br />
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Meu maior sonho jornalístico continua sendo cobrir uma Copa do Mundo. Em segundo lugar, uma Olimpíada. E, claro, trabalhar com esporte - e, espeficiamente, futebol. Mas aprendi a não ter pressa: o importante é ir trabalhando, aos poucos, e fazendo o que faço da melhor forma.<br />
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Sou estagiário, mas o trabalho tem sido bem interessante. Sem muitos corno-jobs, como é comum acontecer - e como já fiz muito na vida. Viver em noticiário é fascinante. Fico viciado em notícias e mais notícias.<br />
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Às vezes fico até pensando que em alguns casos, nós, jornalistas, escrevemos para nós mesmos (digo, para outros jornalistas lerem). Isso fica mais evidente em editorias mais "técnicas", de mídia especializada. Mas aí vem os leitores nos mostrar que, sim, eles estão atentos e lendo! Especialmente se for pra criticar - o que é ótimo, é disso precisamos: cada vez mais um público muito crítico.<br />
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De volta à vida normal de trabalho, mas ainda tentando se acertar na vida. Porque a vida é isso: um monte de rabisco que fazemos para tentar dar certo. Ninguém sabe se dará. E por enquanto, não tenho do que reclamar: rascunhieo jornalismo e já estou passando tudo a limpo.<br />
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Que venham mais desafios!Felipe Lobohttp://www.blogger.com/profile/10976463129034732392noreply@blogger.com1