domingo, 12 de setembro de 2010

Fuckin' messy

Não sou o maior primor de organização, mas algumas vezes a bagunça é grande demais. Envolvimento é algo natural, e assim deve ser. O problema é que não é uma via sempre aberto ao duplo sentido, o que significa que nem sempre o envolvimento é mútuo.

É uma rodovia arriscada. Você nunca sabe quais curvas vai enfrentar, nem se ela é de mão dupla o caminho todo. Ainda assim, exerce uma atração deliciosamente terrível em pisar no acelerador e sentir o vento bater no rosto a 120 km/h.

Só que, de repente, você está na contra-mão e nem percebe. Eis que você se vê acelerando e tentando escapar de colisões mais fortes, mas sabe também que se frear com tudo, pode fazer o carro capotar e causar um acidente maior ainda.

Então você diminui, mas continua tendo que desviar dos carros, dos caminhões, das motos. E não é culpa de ninguém, afinal, você digiria em uma via legalmente de mão dupla, sentia tudo correr bem e estava tudo indo bem. Só que de repente as coisas mudam subitamente, e tudo já está errado. E aí quando você pergunta o que foi, só consegue entender: it's all fucked up.

É tudo uma bagunça e você já não acha mais nada. Sequer sabe onde está, onde aquela rodovia te levou. É só um caminho, você seguiu e não percebeu quando as coisas mudaram. Mas mudaram, e mudaram muito. Onde eu estava, com quem, o que fazia? Fukin' messy, a cabeça roda, o sono vem e a vontade é parar de dirigir e parar no primeiro hotel de beira de estrada para esquecer.

Ela se foi e a bagunça é tão grande que você demora até para saber onde está sua perna, seu braço, suas vontade perdidas que eram misturadas nas dela. Só que é preciso sair dali. No meio da estrada, perdido, não dá para continuar assim para sempre. Escapou de um acidente qualquer andando na contra-mão por sabe-se lá quanto sempo sem perceber, é hora de resolver as coisas.

Onde estão as chaves? Ela estava sempre com elas nas mãos quando saíamos. Preciso encontrar de novo. Procurar pelas chaves é um saco, as malditas parecem desaparecer só para deixar você mais nervoso. Ela era importante, talvez mais do que você sequer imaginou no começo. E aí a vontade é sair pegando todas as mulheres que sejam minimamente atraentes e fazer delas suas por uma noite, talvez até menos.

Juntando as coisas, a cerveja esquentou, a vodka é vagabunda e já não dá mais para tomar que o estômago reclama. É tarde demais para lamentações, é preciso se levantar. Maldita janela sem cortina que deixa o sol esquentar demais isso aqui. Junto as coisas, uma bagunça, e parto. É hora de colocar o óculos de sol para aquela porra de sol não incomodar mais e continuar. O mundo é cheio de estradas, sempre há possibilidade de encontrar alguma que leve a um lugar bom. Se não, é ´so deixar para lá e tentar novamente. Quem se importa?