quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O dia de aniversário

Há dez anos atrás, eu não conseguia me ver com 24 anos. Era tão distante, parecia que com 24 anos minha vida estaria resolvida. Ledo engano, é claro.

Fiz muitas escolhas, desfiz um monte delas mais tarde, escrevi, me arrependi, tentei reescrever. Comecei e terminei carreiras em meses. Abandonei oportunidades porque não me davam prazer, embora pudessem me dar algum prestígio ou dinheiro, quem sabe. E não é (só) porque eu sou idiota. Sou idealista, mas sou, antes de tudo, alguém que busca felicidade no dia-a-dia.

E eis que depois de capinar muito, vou iniciar tudo de novo. Esse ano começou com tudo novo, com muita esperança. Começo outra carreira, sempre levando esperiência anteriores. Aos poucos vou me tornando jornalista oficialmente, embora eu sempre tenha sido de corpo e alma.

Aos 24 anos, minha via não está resolvida. Consigo pagar as contas capegando, e alguns meses não pago todas as contas. Estou sempre correndo atrás, mas a verdade é que eu não ligo para isso.

Vejo que a minha carreira é como uma colha de retalhos, cheia de experiências em áreas diferentes, mas com muito aprendizado. A carreira de jornalista está ainda no começo, mal comecei a escrevê-la. Mas posso olhar para esse dia em que completo 24 anos e pensar: que bom que cheguei até aqui!

sábado, 26 de janeiro de 2008

PR 43 - SP 11

Diário de bordo

Londrina, 25 de janeiro de 2008, 7h

O visor do celular marca "VIVO PR 43". Cheguei em Londrina já com o dia claro. Embora tenha havido paradas, consegui dormir em boa parte da viagem. Ouvi muita música no celular e no mp3 - músicas que me fizeram lembrar sensações e sentimentos que me trouxeram aqui.

Na rodoviária, uma simpática faixa da UEL recepcionava os calouros com boas vindas e indicava como chegar até a Universidade, usando as linhas de ônibus. Fiquei surpreendido, mas não deveria: a UEL é uma instituição que se preocupa muito com os alunos, ao que parece.

Fui tomar um café, essa bebida tão gostosa e que é fruto da terra - Londrina já foi uma das maiores produtoras de café do Brasil. Na hora de pagar a bebida, uma surpresa: custou só R$ 0,80. Um sinal do baixo custo de vida, comparado a São Paulo.

E um sinal também que os protestos veementes de moradores e principalmente de estudantes pelo que consideram um preço abusivo nos ônibus: R$ 2,00. Considerando o custo de vida da cidade, o preço é realmente alto - pouco menos do que os R$ 2,30 que pagamos em São Paulo.

Em um aspecto, Londrina e São Paulo são muito parecidos: pegar ônibus às 7h30 da manhã é sinônimo de lotação. Bom, talvez não tanta quanto em alguns ônibus de São Paulo, mas ainda assim, bem cheio. Não foi difícil reconhecer a UEL quando chegamos. Confirmei com o cobrador e desci, junto com muitos outros estudantes na mesma situação.

Fiz a matrícula tranqüilamente. Demorou algum tempo na fila, mas a organização foi tamanha quue esse não foi um problema, definitivamente. Ao entrar na sala onde seria feita a matrícula, cada aluno recebia uma senha, que seria chamada em um painel eletrônico. Para esperar, muitas cadeiras à disposição. Tudo organizado.

Na saída, os veteranos - muitas mulheres, por sinal - perguntavam o curso. Uma delas olhou para mim e falou: "você é jornalismo, não é?". Eu nem precisava responder que sim: calça jeans, camiseta sem estampas, cabelo curto, barba por fazer e óculos. Estava escrito na minha cara - ainda não literalmente - que eu faria jornalismo.

Eram duas meninas e um cara. Perguntaram de onde eu era, enquanto pintavam minha cara e meu braço com batom e tinta guache. Respondi que era de São Paulo, e uma delas disse que eu gostaria de Londrina. "Já gosto", respondi.

Voltei para a rodoviário ainda pintado, para tentar trocar a minha passagem - marcada para as 21h30 - por uma que tivesse um horário mais cedo - de preferência, o próximo ônibus, às 11h10. Era 10h25. "Só tem um lugar". "É o meu". Troquei a passagem e fui limpar o rosto.

Encontrei um outro estudante limpando o rosto. Ele também faria jornalismo e também chamava Felipe. Conversamos um pouco e ele me contou que era de São Paulo e que ainda esperava o resultado da UNESP para saber se viria definitivamente para Londrina.

Conversamos um pouco sobre universidades, expectativas, as cidades. Disse a ele que ainda esperava o resultado da Fuvest para também definir a minha vida. Ele iria no ônibus das
13h, disse que ia almoçar um hanbuerguer muito bom que tinha ali perto. Nos despedimos, desejando boa sorte um ao outro.

O lugar que tinha sobrado no ônibus era o pior, claro: poltrona 40, a última, ao lado do banheiro. Mas tudo bem, ao menos chegaria logo em casa e não precisaria ficar zanzando em Londrina sem ter dinheiro para fazer alguma coisa. E ao menos uma mulher ficou ao meu lado - uma menina, eu diria.

Dormi boa parte de viagem, terminei de ler Cem escovadas antes de ir para a camaI, de Melissa Panarello e comecei a ler outro livro. Cheguei em São Paulo pouco antes das 18h30, quando a noite começava a se desenhar no céu da capital paulista.

Era 18h30 e eu tinha passado praticamente 15 horas do dia em um ônibus, contando desde as 23:30 do dia anterior, quando tinha partido dali mesmo. Cheguei em Londrina às 7 da manhã, parti às 11h10. Quatro horas na bela cidade, e mais de meio dia dentro do ônibus.

Matrícula garantida, paixão por Londrina renovada, pulmões cheios de esperança, depois de respirar os ares do novo na cidade chamada de "capital do norte do Paraná". Este será um ano muito bom, eu posso sentir. Mesmo que eu não saiba onde estarei daqui a um mês, no dia 25 de fevereiro, data de início das aulas.

O visor do celular, agora, marca "VIVO SP 11". Daqui a um mês saberei se o visor ainda estará marcando a mesma mensagem ou se voltará a marcar aquela do início deste texto.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Diário de bordo PR - 43

São Paulo, 24 de janeiro de 2007, 23h

Entro na última hora do dia 24 aqui na Rodoviária. É feriado em São Paulo no dia 25 e, por isso, a rodoviária tem grande movimento. A plataforma 17, onde vou embarcar, está cheia. Muita gente que vai sobretudo para Londrina, o principal destino.

Há um número considerável de japoneses. Em Londrina existe uma importante colônia nipônica, talvez só menos importante que São Paulo - a maior colônia janponesa fora do Japão.

O meu ônibus é o último a sair. Vou cortar a noite, atravessá-la dentro do ônibus e acordar com Londrina na janela. Já vi dois ônibus partirem da minha plataforma de embarque. Cheguei cedo aqui porque não aguentava mais ficar em casa. Uma ansiedade mde atiça os pêlos do corpo de um jeito estranho. Talvez seja porque o caminho para uma mudança radical na minha vida, mas tenho a impressão de fazê-la no escuro.

Olho para o horizonte sem saber como será a minha vida daqui a um mês. Não sei nem como será amanhã, perambulando por uma cidade que nem conheço bem.

Talvez essa sensação seja fruto de mais uma mudança - algo que passou a ser freqüente nos últimos dois anos. Mudei de emprego três vezes. Na última, abandonei o trabalho fixo para me tornar freelancer, para ter mais tempo para estudar e passar no vestibular - o objetivo principal do meu ano.

Esta, porém, seria a maior mudança de todas. Outra cidade, outra universidade, longe de família e amigos. O ônibus que estava na plataforma saiu. O meu acabou de chegar. Tenho que ir.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

London Bridge

Passei a minha infância morando em rua com nome de Coronel, mas próximo às ruas Oxford, Pall Mall e Londres. Na faculdade, um amigo meu dizia que eu era londrino, porque andava de camiseta enquanto todo mundo morria de frio nas suas blusas. Quando resolvi fazer jornalismo para aquietar a minha vontade incontrolável de ser jornalista e não passei no primeiro ano de vestibular, resolvi prestar o vestibular da UEL, em Londrina. Agora, vou para lá fazer a matrícula, enquanto espero pelo resultado de São Paulo.

Talvez eu não vá mais morar perto da rua Londres, mas estarei em londrina. Eu não sou londrino, mas posso vir a ser londrinense. Nunca fui a Londres, mas Londrina, já é a terceira vez. E, ainda, talvez Londrina seja a cidade que vai presenciar a minha mudança, oficialmente falando, de profissão. Bom, talvez não profissionalmente, ao menos no começo. Mas ao menos em termos acadêmicos.

Serão dois dias dormindo no ônibus: um na ida e outro na volta. Tudo para gastar o quanto menos for possível. Passarei algumas horas em Londrina, onde talvez eu passe os próximos anos da minha vida. A aventura começa aqui. E aí, talvez, o nome do blog não seja mais propício. Porque se tem uma coisa que Londrina não tem, isso é caos. Cidade grande sim, caos não. Talvez só permaneçam as minhhas intermináveis crises.

Me sinto em uma tarde nebulosa de Londres, com a fog a tapar os olhos. Não consigo enxergar um palmo à frente do meu futuro. Daqui a um mês, a vida é um mistério para mim. Que venha o melhor.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O primeiro mês do ano

Janeiro é um mês interessante em alguns aspectos. Primeiro, porque começa com festa. E, entre os meus familiares e alguns amigos, essa festa se estende por muitos dias do mês. Especialmente no fim do mês, quando é um aniversário atrás do outro - e o meu é sempre o último, porque é no último dia do mês.

Outro aspecto positivo que eu sempre vi em janeiro é aquele clima de férias. Antes, porque era mês de férias escolares. Depois, porque o trabalho acaba empolgante em função de novos projetos ou, ao menos, de uma vã esperança que o ano será melhor.

Ah, não dá pra não citar a maravilha que o metrô se torna. Bom, exagerei, mas o inferno do dia-a-dia, com aquele bando de gente se apertando para entrar no danado do trem, melhora muito em janeiro. Muita gente gosta de tirar férias nessa época, ir para a praia e nos deixar trabalhar em paz todos os dias. Sem contar que a molecada está de férias da escola, dormindo até tarde. Ou seja: a vida podia ser bem melhor.

Infelizmente eu não aproveito da vantagem que vou contar agora. O rodízio fica parte do mês suspenso. O trânsito não tem trânsito. As ruas ficam muito melhores. Parece até que a cidade tem uma qualidade de vida muito boa, tal a tranquilidade que se observa. Ok, há sim trânsito, mas comparado a outros meses do ano, é muito melhor. O ano seria muito bom se os dozes meses fossem janeiro.

Bom, ao menos era o que eu achava. Esse ano experimentei o mês de janeiro com duas sensações muito distintas. Aliás, com dois momentos bem distintos. Começou com a preocupação com a Fuvest, que é logo no primeiro domingo do ano e segue por toda a semana. Passadas as provas, entrou o período de extrema tranquilidade: as férias.

O problema é que eu não escolhi tirar férias. Sou freelancer desde o fim do ano passado. E já aprendo logo no terceiro mês que freelancer corre um sério risco: passar algum tempo sem ter no que trabalhar. Levanta a mão aí quem passa por isso! (mão levantada)

Bom, em parte, tudo bem, porque como sou precavido, guardei dinheiro para que o mês de janeiro não fosse nebuloso. Consegui pagar todas as contas do mês (ou quase hehe). Descobri que aquela maldita frase, que sempre achei que fosse um absurdo de exagero, não é tão exagerada assim: "No Brasil, tudo só começa depois do carnaval".

Fato: janeiro não é um bom mês para freelancers. A falta de trabalho significa, na prática, falta de grana e queira de reservas, já escassas. O problema é que o mês começa a se aproximar do fim, as contas se aproximam de chegar, e o dinheiro teima em não aparecer.

Ainda bem que eu não tenho problemas de ansiedade. E nem do coração.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Destino: Londrina?

Ontem tive o primeiro resultado dos vestibulares. Na lista de 12 (?!) classificados para o curso de jornalismo noturna da UEL, lá está o meu nome. A primeira ansiedade passou e uma certeza eu já tenho para 2008: vou cursar jornalismo!

São apenas 12 os privilegiados porque lá na UEL há cotas, e vc só concorre dentro delas. São três cotas: negros (desde que tenham estudado desde a 5ª série em escola pública), alunos de escola pública (o critério é o mesmo da cota de negros) e os "sem cota", chamadas "vagas universais". Este é o meu grupo.

Mudar da cidade-cinza, São Paulo, para uma cidade muito mais calma, Londrina. A cidade é chamada de "capital do norte do Paraná", por ser uma das maiores cidades e com maior força econômica.

A beleza é uma característica da cidade paranaense. Londrina possui um lago que atravessa a cidade que é belíssimo. As pessoas correm e praticam esportes ao redor dele. Em plena cidade! Algo que já aconteceu em São Paulo. Ao menos antes de o rio Tietê ser um esgoto a céu aberto...

Fato é que Londrina é uma cidade muito agradável. O custo de vida é menor, ainda que seja uma cidade grande. Isso porque tem ares de interior, ao menos para quem é paulistano como eu. A cidade possui quase 500 mil habitantes, segundo estimativa da Secretaria de Planejamento londrinense. Uma cidade grande, mas perto dos 11 milhões de habitantes de São Paulo, até parece pouco.

Fato é que até o dia 7/2, quando sai o resultado da Fuvest, o meu destino provisório é Londrina. As preocupações que já me rodeiam em São Paulo - trabalho para 2008, por exemplo -, me perturbam agora também para Londrina. Além do óbvio: moradia. Mas isso é melhor pensar depois...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Destino: desconhecido

O ano inteiro eu tive um só objetivo: passar no vestibular. Qualquer outro considerei como secundário, menor, menos importante. Por isso, os três leitores desse blog certamente perceberam que estive monotemático nos últimos meses. Principalmente a partir de novembro, quando a dedicação ao vestibular aumentou violentamente.

Passada o notal e ano novo com a cabeça na segunda fase, um período de descanso com a consciência lembrando o tempo todo da necessidade de estudar, é chagado o pior momento de todos no ano: um mês de agonizante espera. Chamei-o, ainda no ano passado, de purgatório. Não se sabe se o carnaval terá motivos para ser no céu ou no inferno - até porque esse ano a Fuvest irá divulgar os resultados depois das festanças. Será que haverá motivos para pular o carnaval?

Fato é que o destino Londrina poderá ser definido a partir de quinta-feira. Será quando os resultados da UEL serão divulgados. E ali começa a definição de um ano que não consigo imaginar ainda. Uma vida em Londrina, longe da cidade que nasci, cresci e que amo? Pode ser que sim, porque "a capital do norte do Paraná" oferece muitos atrativos. Além da Universidade em si, há o encanto de uma cidade grande com ares de interior. Há a organização que São Paulo jamais poderá ter. As mulheres, atraentes como estrelas em noite de luar.

Mas há também São Paulo. A esperança de permanecer na cidade-caos, a cidade cinza, capital financeira do país, centro cultural intenso, mercado de trabalho dinâmico e ávido, custo de vida elevado. O principal atrativo, neste caso, é a maior Universidade do país, uma das mais consagradas. Além do óbvio: manter-se na cidade natal, com os contatos que já existem e onde a carreira começou, onde moram a maioria dos amigos e onde a família fica perto.

Esse será um ano diferente dos outros, certamente. E um ano que não pode ser previsto: só pode ser vivido. Daqui a um mês, quando tudo já estiver definido, pode ser que eu consiga enxergar como será até dezembro. Hoje, o fato é que qualquer previsão é impossível.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Diário de guerra - dias 2 e 3

O segundo dia era esperado como um território conhecido. Não que esperasse moleza no território da história. Mesmo com o domínio que eu tinha sobre aquele terreno, não esperava que fosse fácil. Não foi.

Os problemas apareceram logo no começo. Cidades gregas, cidades medievais, tudo junto, tudo separado, comparar, separar... Ficaram uns pedaços espalhados. Não sei se foi o melhor resultado.

No mais, algumas batalhas mais trabalhosas, analíticas. Uma guerra muito mais psicológica, de controle remoto. Pensar, fazer uma estratégia e tentar acertar bem no alvo. Essa foi a batalha mais forte.

Já o terceiro dia, que prometia batalhas geograficamente complicadas, foi surpreendente. Embora a batalha tenha sido bem trabalhosa, com alto nível de exigência em preparo físico e psicológico, não houve problema - o que é muito bom.

O saldo da batalha eu ainda não sei. É muito a ser contado. A guerra sempre envolve muito mais do que nós mesmos. A assinatura dos tratados de paz depende de diversas variáveis. Só após essa assinatura poderemos pensar no que será feito daqui para frente.

Até lá, ficamos nesse purgatório...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Diário de guerra - dia 1

Neste primeiro dia de batalha, conseguimos avançar bastante. Estudamos muito o terreno onde se desenhou a batalha, conhecíamos com muita propriedade. Nos movimentamos com facilidade e nossa estratégia de ataque deu certo.

Atacamos primeiro a região da criação de palavras. Esta é uma região muito temida pela maioria dos combatentes, mas a estratégia conversada na sexta-feira me pareceu tão boa, frente aos estudos apresentados, que adotei. A foi muito bem sucedida. Com o tempo a nosso favor, fizemos um belo ataque.

Partimos então para as demais regiões. Eram todas menores, e somadas elas valiam como a do primeiro ataque. Com a operação da criação das palavras finalizada, o ataque a estes pontos foi muito mais tranquilo. Pouco a pouco, ganhamos terreno, fizemos um bom trabalho. As últimas regiões que atacamos pareceram mais hostis, mais perigosas e não tenho certeza se conseguimos cumprir todos os objetivos. Após a análise, poderemos saber.

Se continuar assim, creio que podemos vencer a guerra. Mas não sabemos como será o dia de amanhã, e é sempre bom estar preparado para surpresas. Não há vitória fácil, e mesmo soldados bem preparados podem ser pegos em arapucas inimigas.

Se houvesse um vencedor do dia, seríamos nós. E isso certamente nos dá confiança para tentarmos sair vitoriosos daqui.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"Estudar é um ato solitário"

Dizem que nos aproximamos das pessoas com os mesmos interesses que nós. Talvez por isso surja um clima de ajuda mútua e de companheirismo no cursinho. Todos têm um mesmo objetivo.

O vestibular é como uma guerra. Nos preparamos para ele por um longo tempo, treinamos exastivamente as situações que vamos enfrentar, somos obrigados a aprender as técnicas de sobrevivência nessa violenta batalha.

Ao longo caminho, perdemos muitos companheiros. Uns não aguentam e desistem, outros são derrotas em batalhas... Vemos cenas de guerra: gente morrendo e sem poder ser ajudada, outros combatendo de peito aberto sem a preparação devida, outros que são massacrados pela crueldade da concorrência.

Perto do final, são poucos os sobreviventes. Mal conhecemos uns aos outros, porque aqueles que eram os companheiros já se foram. Nos reagrupamos, temos que tirar forças de onde parece que não temos mais.

Sorte que houve um cessar fogo na passagem de ano. Assim pudemos nos recuperar e passar a nos preprarmos, cada vez mais sozinhos, para a batalha final que se aproxima.

Agora, nos últimos dias de batalha, são poucos os sobreviventes. Bravos combatentes que tentam de todas as formas manterem-se vivos, conseguir voltar para casa ao final da guerra e dar uma boa notícia à família. Mesmo no final, muitos ainda ficarão para trás. Muitos não passarão dessa última batalha. Sabemos que o vestibular, como a guerra, é assim.

Nos preparamos todos os dias para fazer o melhor. E que assim seja.