quinta-feira, 31 de julho de 2008

Quando ser hetero é ser minoria

Até pouco tempo atrás, não conhecia nenhum vegetariano. Não tinha assim tanta gente que se preocupava com os bichinhos a ponto de não comê-los. Também há pouco tempo atrás, eu não tinha nenhum amigo ou amiga gay. Em um passado não muito distante, eu mal conhecia pessoas que eram fãs incondicionais de Linux.

Bom, os tempos mudaram.

Os gays hoje fazem o maior evento de São Paulo ao ar livre - dizem as más línguas que são quase 2 milhões de pessoas na Av. paulista todo ano. Em termos de grandiosidade, só não é o maior evento anual da cidade porque temos a Fórmula 1, que movimenta mais grana ainda.

Antes, pouco se via gays se beijando em público. Hoje, é até comum. E uma conquista, em uma sociedade que demorou a se abrir. Eu acho ótimo que cada um possa ser o que é sem esconder, sem moralismos estúpidos. Cada um faz o que quer e ninguém tem nada com isso.

Falava, brincando, que quanto mais gays no mundo, melhor: sobraria mais mulheres. Obviamente, é uma afirmação só engraçada - talvez nem isso. Muita mulher também é gay. Ou seja: o mercado diminui para os homens e mulheres heteros igualmente.

Não tenho absolutamente nada contra gays. Hoje tenho muitos conhecidos gays, pessoas que eu tenciono até chamar de amigos. Mas algumas coisas estão ficando chatas. Se você não é gay, sorry, baby, você não é in. Já até perdi mulheres que se apaixonaram por gays. E conheço algumas que adoram sair com eles, mesmo sabendo que, bom, tecnicamente eles gostem do mesmo que elas...

A Lara já falou em criar a Parada do Orgulho Hetero. E como ela mesma diz, nada contra os gays, muito pelo contrário: temos conhecidos e amigos que são gays. Podemos não estar na moda, mas nós, heteros, também podemos ser muito divertidos, amigos e até fashion (ok, esse é mais o caso da Lara do que meu, mas enfim...). Os gays tem seu espaço - inclusive nos nossos círculos de amizades -, e nós também!

Quem sabe um dia fazemos o movimento do orgulho hetero... Mas como vai ficar com cara de homofóbico - o que não somos -, deixa pra lá....

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um aquariano, enfim

Não costumo ser muito ligado a esse negócio de signos do zodíaco. Sou mais ligado a signos da lingüística, como eu já disse por aqui. Esses perfis astrológicos sempre me parecem tão genéricos ou tão distantes do que eu sou que normalmente eu ignoro.

Eis que falando com uma aquariana como eu, ela me passou um perfil que achei interessante e que - pasmem! - tem a ver comigo. Vejam só:

astral: Perfil do Signo de Aquário
Os homens: Interessam-se por tudo, especialmente por coisas que aparentemente não têm a menor importância, como por exemplo catálogos. Não comprarão nada, mas saberão tudo o que tem, onde e porque. São hábeis em fugir da rotina, criando circunstâncias muito loucas. Normalmente são de aspecto simples e natural, mas os há excêntricos também, daqueles meio sujos e mal barbeados. Preservam a liberdade ante todas as outras coisas, pois não hesitam em abandonar o que estejam fazendo, mesmo que seja muito importante, se por ventura inventam outra coisa. Extremamente sensíveis aos encantos femininos, não raramente mantêm vários relacionamentos ao mesmo tempo.

sábado, 26 de julho de 2008

A ousadia impede o golpe

O dia vai chegando ao fim, mas ainda há um impedimento. Não há saída antes que o problema se rolva, de alguma forma. Mas há um limite, que impede que o tempo devore tudo completamente - nem em São Paulo tudo funciona 24 horas.

A saída, então, se aproxima. A perspectiva não melhora. O tempo assume seu caráter de Cronos, devorando cada minuto e extinguindo qualquer possibilidade de resolver a situação. Vence o tempo: é hora de partir. Os problemas não tiveram solução até essa hora. Lembrando a máxima famosa, o que não tem solução, solucionado está. É hora de sair de um mundo alugado e voltar ao mundo que cada um tem, o seu, insubstituível - mas, às vezes, destruído pelo aluguel dos outros mundos

Eis que o tempo é novamente decisivo nessa batalha de mundos. Um tenta invadir o outro. A palavra é essa: invadir. Um não é inimigo do outro. É apenas uma questão de visita, de ser cortês, de saber se relacionar um com o outro. O meu mundo não é fechado, aceita conversar. Mas, cada vez menos, não aceita invasões.

Pior: uma invasão tramada no calabouço, à noite, para já amanhecer no adversário. Uma tomada voraz, mas que tentou ser sutil. Um golpe de Estado que parece ter dado resultadoestava invadido e outro prevaleceria. Tudo armado à noite para que na manhã seguinte o nov poder assumisse temporariamente, antes de devolver as coisas à sua ordem.

A interferência, porém, parece inútil. Não havia plano de governo. Era apenas um movimento ideológico, cheio de pessoas preenchidas de paixão. Pessoas que não diferenciam seus dois mundos, que fazem do seu mundo pessoal o mundo do dia-a-dia. Uma visão que eu não compartilho. Um mundo que não é meu.

Tomado por um sentimento nacionalista de território invadido, sentindo o gosto de um mundo que não quer se convergir com outro, com sensação de mãos atadas, o sentimento de reação fica mais e mais intenso. A noite se vai, dá lugar à madrugada, enquanto o relógio martela, minuto a minuto, a derrocada do meu mundo frente ao outro. Ainda que temporária, ainda que não deixe seqüelas, o perigo está na transformação dessa interferência em algo sempre possível.

A manhã já impõe suas cores, quando um movimento toma conta da sede do governo do meu mundo. É um sentimento de retomada do que é seu de direito, de mostrar que não se aceita interferências assim. Que mesmo não sendo o mundo mais diplomático, aceita conversar, mas não aceita tomadas militares, não aceita ações de guerra como essa. Não aceita a transformação de dois mundos diferentes em um só, especialmente por serem tão diferentes. Essa fusão só será possível, um dia, quando os dois mundos conversarem, tiverem objetivos similares - o que, certamente, não é o caso desse.

Em um movimento rápido e com ajuda da tecnologia eletrônica e móvel, uma ação rápida impediuo golpe. Uma retomada como fez o Rei Juan Carlos, na Espanha, na década de 80. Uma retomada do que é seu por direito, do que é de um mundo por direito. A ação foi violenta e teve uma dose de insubordinação. Mas todo movimento é assim, ainda mais quando envolve questão tão séria, não é?

A ação política foi forte, intensa, uma retomada que impediu a ação pirata em uma operação de guerra. Impediu essa tomada, reverteu a situação e expulsou o outro mundo do comando a pontapés. A espada não foi usada, não houve derramamento de sangue. A ordem foi retomada. Mas não se sabe qual será a reação, não se sabe se o mundo expulso tomará atitudes em represália. O que se sabe é: o meu mundo saiu com a força que tem. Haja reação ou não, ele prevalecerá, continuará existindo, independente do que acontecer.

sábado, 19 de julho de 2008

O valor do tempo

E aí que passei quase um mês sem chegar perto daqui. Entre as loucuras de fim de semestre com o minha maior conquista do ano, a faculdade, o trabalho novo que ainda não me adaptei, freelance em fase de acertos finais, cabeça cheia, paciência próximo a zero (tá, isso não é novidade) e, pra completar, problemas com a internet por conta dos problemas da Telefonica - que, no meu caso, se estenderam mais do que a maioria dos casos. Como desgraça pouca é bobagem, ainda machuquei o joelho e não consegui me recuperar.

Nesse tempo, eu pude constatar, mais uma vez, o quanto o tempo é valioso. Um fim de semana pode ser o tempo mais valioso que alguém pode ter para terminar um trabalho., Algumas horas entre dormir e acordar podem valer uma forturna para quem precisa. Não ter tempo para sequer conversar com amigos - se não fosse o msn ou o orkut... -, atualizar o blog, ver a família.

O cursinho já tinha me mostrado que o maior valor que alguém pode ter é o tempo. Nesse final de semestre, mais uma vez, pude constar isso de maneira claríssima. Talvez porque eu tenha tomado um choque - saí da vida de freelancer, onde o tempo era o meu aliado, para coltar à vida de trabalhador fixo, com o tempo sempre no percalço.

Aliás, esse tem sido um grande problema: administrar tempo. Sempre preciso de um tempo para me adaptar ao estilo de um trabalho novo, mas é difícil se adaptar quando tudo muda a cada dia. Há semanas que as coisas conseguem fluir naturalmente, mas há outras que parecem uma completa falta de direção.

Se o tempo é um bem tão valioso, ter um problema em administrá-lo passa a ser grave. A tomada do meu tempo, confiscada como umgolpe de pirata, me incomoda muito. Provoca reação agressiva, violenta, mal-educada, até. Espero que esse final de férias não seja um regime semi-aberto.