quarta-feira, 21 de maio de 2008

Go off the record

Vida real chama. O feriado é de JUCA (Jogos Universitário de Comunicação e Arte), mas a vida pede passagem e chama de volta. As contas não fecham e não permitem gastos extras. E sexta não é feriado, logo, vamos trabalhar no freelance que temos. Além disso, é dia de analisar possibilidades e ver oportunidades. Logo, de volta à vida real.

Lembrando desses choques da vida real, vi outro dia a opção "go off the record" no Gtalk e fiquei imaginando como seria bom se pudéssemos usar isso no trabalho também. Afinal, quantas vezes temos trabalhos que não nos orgulhamos nem um pouco e certamente colocaríamos no "go off the record" para esconder a autoria.

Aliás, foi um dos motivos que me levaram a querer sair do meu antigo trabalho. Muitos trabalhos que não só não me motivavam, mas também que me davam uma certa vergonha de ter feito. Que tinham muitas coisas que eu sequer concordava, mas como empregado, tinha que fazer. É claro que todo trabalho - especialmente quando é um emprego - tem isso. O problema é quando é SEMPRE assim. Aí é preciso de um pouco de amor próprio e sair disso - quando possível e as contas permitem, é claro.

Pagar as contas, por sinal, é um dos motivos que mais nos fazem aguentar um monte de coisas. É preciso pagar as contas, o trabalho não é o que você queria, nem o que você considera o melhor, mas você é pago para fazer. Se está dentro do limite do legal (juridicamente falando), eu faço. As contas precisam ser pagas e não esperam se eu disser que o trabalho não era muito bom.

Esses dias estava revendo meu currículo. Li, pouco a pouco, cada um dos itens que coloquei lá. Revisei os textos, lembrando de cada uma das passagens que já tive. Fiquei pensando nas decisões, nas atitudes e em tudo que fiz na minha curta carreira.

É bom refletirmos sobre isso. É legal também ver que a nova carreira que eu escolhi já começa a aparecer no currículo - um pouco tímida, mas bem importante. Certamente terá novos capítulos em breve.

Olhando o currículo, também lembrei dos vários trabalhos "off the record" que jamais colocaria no currículo. Tem coisas que são ruins por si mesmas, não precisam ser lembradas, contadas ou explicadas. Sabe aqueles trabalhos que ficam tão feios, ou tão ruins, ou tão toscos, mas você é obrigado a entregá-lo daquele jeito - ou porque o cliente pediu daquele jeito horrível, ou porque o seu prazo era criminosamente curto, ou porque o seu chefe acha que é legal.

Já que não tem a função "go off the record", eu sequer chego a colocar no currículo. E seguimos em busca de satisfação total no trabalho.

3 comentários:

  1. demorei pra fuçar.
    fucei.
    gostei muito, seu blog é blog "de raiz", você conta da sua vida. isso estava em desuso... sabe-se lá o porquê!

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  2. Anônimo6:36 PM

    Felipe, eu coloquei a tal da "satisfação pessoal no trabalho" off the record faz tempo. Pois é. Sad but true.

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  3. Pois é, bjomeliga, sabe que eu tive uma conversa sobre isso esses dias, em uma entrevista? Engraçado, mas foi isso mesmo. Comecei a contar minha história de vida e me deparei com isso. Eu ainda sou tonto o suficiente para acreditar nisso...

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