quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lágrimas que embriagam

Em um dia de descanso, que posso acordar sem pensar em nada, sinto amargura. Uma amargura por não participar de algo que meus amigos demonstram se empolgar. Sinto amargura mais por não querer participar, já que eu poderia ir. E sinto o peso de amigos deixando transparecer um sentimento em relação a mim que me entristece, como se eu não ligasse para ninguém.

Sinto-me estúpido, por não conhecer ou não apreciar as muitas atrações que tínhamos à disposição. Sinto não ter a mesma alegria de poder dividir a admiração por algo que simplesmente não me seduz sequer a sair de casa.

O gosto de amargura está na saliva, que parece aumentar seu volume gradativamente, me dando a sensação de me afogar em mim mesmo. Insatisfeito com a própria ausência, ausência que eu não sei por quê.

As lágrimas se misturam com as águas do chuveiro. Já não sei mais onde começa um e termina outro, mas sei que as duas águas estão ali.

Estou embriagado com um livro triste e enebriante, isolado quase que por opção. Bebendo, e se embriagando, com as lágrimas estancadas na boca.

Um comentário:

  1. achei bem triste seu post.
    vamos com a galera no chileno sexta, prometo uns sorrisos doces pra amenizar tanta amargura.

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