quarta-feira, 5 de março de 2008

Distâncias e diferenças

Quem não quer viajar todo dia? Eu não quero. Porque nem toda viagem é boa meus caros. Estou curtindo demais participar da ECA, da USP e etc e tal. Mas tem uma coisa bem ruim: o transporte.

Moro na zona leste da cidade dessa enooooooorme cidade. E a USP fica na zona oeste. Ou seja: vai-e-volta, sem malícia, mas com muito calor, trânsito, ônibus, leitura, música, estudantes e quase duas horas de percurso.

Lembro quando estava na PUC que uma menina que morava em Vinhedo demorava basicamente o mesmo tempo para voltar para casa que eu, morador de São Paulo. E ela ia de ônibus!

Bom, é fato que eu não moro perto. Não moro no fim da zona leste, mas já é bem longe. E é fato que a USP, sendo longe pra dedéu da minha casa, me faz levar um tempão. Mas vi outra coisa: do lugar onde prestarei serviço nos próximos quinze dias, que é beeeeeem no centro da cidade, chagar à USP demora cerca de uma hora e cinco minutos, segundo o site da SPTRANS. Então a USP é longe mesmo - ou, no mínimo, pouco acessível.

Talvez seja uma metáfora do que é a constituição social ali dentro. Para quem mora nos Jardins, Jaguaré ou Vila Madalena, por exemplo, a USP é super perto. Para mim, ela sempre foi muito longe. Mesmo agora, que eu consegui finalmente entrar, ela continua longe. Curioso não?

Outra coisa é que eu sou quase um tio na sala. Há apenas três (!!!) pessoas acima de vinte anos entre os 30 alunos do primeiro ano, como já contei no post anterior. Cara, impressionante como a galera consegue entrar direto do colégio em um curso tão concorrido. Haja berço.

Seja como for, consegui um freelancer como jornalista da grande mídia por quinze dias. E foi assim que começou o meu dia: com a notícia que eu terei um trabalho desse nas próximas duas semanas. Era o que eu queria.

Curiosamente, consegui meu primeiro trabalho como jornalista exatamente depois de uma, eu disse uma, aula no curso de jornalismo. Talvez por isso eu pareça um estranho na minha sala: não vou de bermuda, vez por outra uso uma camisa, parece que só eu tenho barba... Enfim.

O que eu já pude sentir é que hoje, na minha segunda faculdade, consigo aproveitar e pensar muito melhor o curso. Uma pena que as exigências modernas nos fazem entrar na faculdade com 17 anos. Perdemos uma boa parte do que nos é oferecido simplesmente porque não estamos preparados para ouvir aquilo. Com 24 anos, como estou agora, tudo parece muito melhor, mais claro.

3 comentários:

  1. (Também) fiquei impressionad(íssimo) com essa estatística de apenas 4 alunos com mais de 20 anos. Creio que essa é a tipificação da palavra "elite". E mostra que não estou no caminho errado, uma vez que não tenho mais de 10 anos de bons colégios nas costas, na minha humilde avaliação =/.

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  2. Por mais que eu não seja de São Paulo, imagino o suplício diário que deve ser cortar a cidade pra ir a faculdade. Já me perdi por aí e descobri como tudo é longe de tudo.

    Não rola um metrô até a USP não?

    Abraços

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  3. corretamente, a USP não quis o metrô dentro de suas fronteiras... era o projeto inicial da linha amarela! e aparentemente, por birra do Estado descontente com a decisão da universidade, a estação ficará mais longe do que muitos previam! mas acho que para casos como o seu, vai melhorar uns 90%!

    parabéns novamente!
    abraço

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