quarta-feira, 26 de março de 2008

O que a Apple pensa do Windows Vista

Bom, tenho alguns amigos que aderiram aos encantos do Mac, como o Bernas e o Rapha. Eles falam maravilhas das máquinas com o logo da maçã.

Há pouco mais de um ano atrás, em fevereiro de 2007, esse vídeo abaixo foi publicado no Youtube. São algumas considerações do Mac OX Tiger com o Windows Vista, feitas por Bertrand Serlet, vice-presidente da Apple. A dica veio do Google Discovery:

Brasil e Orkut: tudo a ver

O Orkut não faz assim tanto sucesso lá fora como outras redes sociais, como o Facebook e o Beebo - tanto que o primeiro teve ações compradas pela Microsoft e a segunda foi comprada por mais de 800 milhões de dólares pela AOL. Mas no Brasil, o Orkut é absoluto.

Um dado divulgado no blog do Orkut diz que são mais de 45 milhões de comunidades. Destas, pouco mais de 40 milhões (precisamente, 40.460.878) estão em português. Antes que algum espírito de porco venha dizer que o português pode ser de Portugal, a comunidade tem apenas 0,41% de seus usuários em Portugal, segundo dados do próprio Orkut.

Predomínio completo e absoluto do Brasil. Agora só falta alguém descobrir um jeito de ganhar dinheiro com isso - é o que o Google e todas as outras redes sociais procuram.

domingo, 23 de março de 2008

Web 2.0, Jornalismo 0.5

Dizer que a grande mídia levou uma surra da internet, especialmente no seu início, é bater em bêbado. Fácil, fácil. Do início "promissor", onde a tela era uma extensão do papel à derrocada quase fatal quando a web se descobriu como meio interativo e muito diferente da mídia impressa. Até aí, nenhuma novidade.

Fato é que já temos 13 anos de internet comercial no Brasil e parece que a distância entre grande mídia e internet diminuiu, mas não o suficiente. Na maioria das redações da grande mídia, a redação do online é reduzidíssima, enquanto a do impresso é cheia. Mais do que isso: o online é reprodutor de conteúdos, não produtor.

Há lugares que não é assim. As redações são diferentes, separadas. Mas parece que a do online trabalha para o impresso. Ao menos é o que mostram os portais dos jornalões por aí - que, não por acaso, estão nos grandes portais.

Não custaria tanto mais fazer um trabalho específico para a internet. Trabalhar com mais recursos gráficos, mais interação, dar mais espaço ao leitor. Isso é possível. Em 2005, fiz o meu TCC de Multimeios e coloquei na pauta o jornalismo online em três grande veículos de impresa, de três segmentos diferentes, unidos apenas pelo fio temático, o esporte: Placar, como revista
, Estadão, como jornal diário, e Lance!, como jornal diário específico de esportes.

A minha investigação tinha o pressuposto que os veículos usavam o material do impresso para a versão online. Não sabia exatamente como. A investigação me provou que era algo assim mesmo: as redações dos veículos online eram super reduzidas e reprodutoras. O material que saía no impresso, saía no online, com um "tapinha" - dimunuição de tamanho ou algumas poucas modificações no texto mesmo.

O material republicado na web perdia qualidade, principalmente por causa da formatação: no impresso a diagramação criava um visual atraente enquanto na web o visual era pasteurizado, com fundo branco e texto puro (às vezes com uma foto ou outra). Ou seja: o jornal era melhor.

As coisas melhoraram um pouco de lá para cá, mas talvez não tenha mudado a minha conclusão de então: o melhor dos três veículos era o Lance!, por dar espaço para o leitor, usar uma diagramação mais ousada, cores em todas as páginas. É claro, falamos da versão impressa.

A versão online era tão boa que minha conclusão foi que o jornal impresso era mais interativo do que a versão online. Isso porque na impressa o leitor tinha espaço para críticas, sugestões, frases, espaço para escalar o seu time, com gráficos bem feitos e até para mandar matérias interessantes - o jornal paga por elas quando usa.

As tabelas, os gráficos, o visual, a opinião do leitor que gera matérias interessantes, tudo me levava a crer que a versão online era só uma extensão do impresso, e feita só para marcar território - coisa do início da internet, quando as empresas não sabiam para que servia, mas sabia que precisavam ter.

As coisas melhoram um pouco com o tempo. Melhoraram. Os jornais ficaram melhores e os sites também. O portal do Estadão ficou muito melhor, mais próximo do que é a web hoje. O do Lance! melhorou bastante também.

O da Placar, que era o pior dos três, fez uma evolução bastante visível. Podcast, blog, novo design... E o mais importante: usa a sua excelente qualidade editorial para essa nova forma de fazer jornalismo. Os podcasts com Sergio Xavier, Arnaldo Ribeiro e André Rizek são simplesmente imperdíveis.

Espero que seja un sinal que o jornalismo tá saindo do 0.5 e tentando chegar à web 2.0 - que parece já estar quase no 2.5.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Quadrinhos online

Excelente indicação para quem gosta do estilo quadrinhos. o autor Warren Ellis assina os quadrinhos online Freakangels, com arte de e Paul Duffield.

Ellis é britânico e já trabalhou para as duas "grandes" dos quadrinhos: Marvel e DC. Freakangels é atualizado semanalmente - o que, segundo o Daniel, autor dessa dica, é muito tempo para quem é ansioso.

A publicação de quadrinhos na internet é uma forma de ter uma produção independente e de alto alcance. Já foi assim com a música, que descobriu na internet um meio de divulgação nunca antes visto.

Bandas como o Cansei de Ser Sexy, que fez sucesso aqui no cenário alternativo e caiu nas graças dos gringos lá fora. Tanto que o grupo faz uma turnê internacional muito intensa - no momento, faz shows na Autrália e Nova Zelândia. A banda faz sucesso ns Estados Unidos, tanto que apareceu no comercial do iPod - o que, para alguns, resultou no sucesso do vídeo "Music is My Hot Hot Sex", o mais visto no Youtube em todos os tempos.

É bem provável que não só a música e os quadrinhos descubram o potencial da internet. Outras artes também já parecem começar a aproveitar a nova mídia, como é o caso da revista IdeiaFixa, que eu já divulguei no Remixando. Vamos esperar para ver!

terça-feira, 11 de março de 2008

Tráfego pesado agora é problema também na internet


Ganha força nos EUA o movimento dos ISPs (Internet Service Provider, provedor de serviços de internet, em tradução livre) para controlar o tráfego de seus usuários na rede.
Segundo os provedores, programas compartilhadores de arquivo, por exemplo, consomem uma banda excessiva, o que prejudicaria o tráfego de dados de outros usuários. Com poder de controle, os ISPs poderiam criar mecanismos que diminuam o consumo de banda dessas softwares.
A iniciativa não é novidade. No Brasil, o Speedy impôs um limite de consumo para os seus clientes, ameaçando com multa aqueles que ultrapassassem o limite. A medida era para conter os "5% de usuários que consomem 50% da banda", alegava a empresa.
A iniciativa, porém, não vingou. Muitos dos serviços da operadora são vendidos hoje sem limite de tráfego.
Será que a limitação de tráfego é uma solução para esse problema? Talvez os provedores de acesso não tenham infra-estrutura para aguentar o alargamento de banda na internet. Mas talvez seja também um pequeno grupo de usuários causando um tráfego muito intenso, frente a uma maioria que não gasta tanto.
É preciso um estudo para avaliar o que é melhor. mas uma coisa é fato: intervir na banda do usuário sem ele saber, como há rumores que aconteça nos EUA, é absolutamente inaceitável.
É preciso discutir esse tipo de questão de forma ampla, analisar as tendências e traçar os rumos coletivamente.
Controlar o tipo de acesso do usuário à internet e simplesmente dificultar o acesso à softwares específicos é um risco que a internet não pode correr.
A abertura dos dados, de forma oficial, pode levar a um controle excessivo e centralizado - o que irá minar o caráter livre que a internet possui.

Formação para informação

A minha vida como jornalista, oficialmente falando, começou na semana passada. Virei freelancer de um grande jornal de São Paulo na mesma semana que comecei a faculdade de jornalismo. As duas coisas não são ligadas apenas pela essência, o jornalismo. A relação é muito mais direta.

Estudei em uma grande universidade, a PUC-SP, em um curso pouco conhecido, Comunicação e Multimeios. O curso tem um aspecto inovador, mas ainda não tem identidade. A briga entre os departamentos que fornecem professores ao curso ainda parece distorcer, a cada nova administração da coordenação, o conceito do curso. O curso é bom, dá uma visão ótima sobre mídia, sobre como pensar comunicação. Mas saí sentindo que faltava algo mais. Muito mais.

É fato também que eu já era apaixonado por jornalismo desde pelo menos o segundo ano do curso, o que pode ter agravado essa sensação. Mas mesmo aos que saíram do curso satisfeito, essa impressão é comum. Ainda falta alguma coisa...

O curso da PUC-SP, teoricamente, me daria formação suficiente para trabalhar em um jornal, como jornalista.

Teoricamente.

Porque já me inscrevi outras vezes para trabalhar na grande mídia, mas sequer fui chamado para fazer provas. Bastou colocar "Jornalismo, USP" e parece que as coisas mudaram. Fui chamado para a semana de treinamento, com palestras sobre a profissão e o dia-a-dia de um jornal. E me inscrevi em uma vaga para freelancer do caderno de informática. Juntanto a minha experiência na área com a chancela de jornalismo da USP, vòila!

Por mais que muitos achem que o diploma é bobagem, que "qualquer pessoa com boa formação pode ser jornalista", o mercado diz que não. E muitas vezes ouvi a porta bater na minha cara porque eu não era jornalista. Mal comecei a faculdade e as coisas mudaram muito. Passei a fazer parte. Não julgo se isso é certo ou errado, porque seria uma avaliação estúpida. Até porque eu entendo e até conordo em alguns pontos sobre a tal obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista.

O que ficou bem claro para mim foi: a lei da obrigatoriedade pode até não existir. Mas o filtro dentro do mercado não irá se dissipar, ao menos a curto e médio prazo.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Distâncias e diferenças

Quem não quer viajar todo dia? Eu não quero. Porque nem toda viagem é boa meus caros. Estou curtindo demais participar da ECA, da USP e etc e tal. Mas tem uma coisa bem ruim: o transporte.

Moro na zona leste da cidade dessa enooooooorme cidade. E a USP fica na zona oeste. Ou seja: vai-e-volta, sem malícia, mas com muito calor, trânsito, ônibus, leitura, música, estudantes e quase duas horas de percurso.

Lembro quando estava na PUC que uma menina que morava em Vinhedo demorava basicamente o mesmo tempo para voltar para casa que eu, morador de São Paulo. E ela ia de ônibus!

Bom, é fato que eu não moro perto. Não moro no fim da zona leste, mas já é bem longe. E é fato que a USP, sendo longe pra dedéu da minha casa, me faz levar um tempão. Mas vi outra coisa: do lugar onde prestarei serviço nos próximos quinze dias, que é beeeeeem no centro da cidade, chagar à USP demora cerca de uma hora e cinco minutos, segundo o site da SPTRANS. Então a USP é longe mesmo - ou, no mínimo, pouco acessível.

Talvez seja uma metáfora do que é a constituição social ali dentro. Para quem mora nos Jardins, Jaguaré ou Vila Madalena, por exemplo, a USP é super perto. Para mim, ela sempre foi muito longe. Mesmo agora, que eu consegui finalmente entrar, ela continua longe. Curioso não?

Outra coisa é que eu sou quase um tio na sala. Há apenas três (!!!) pessoas acima de vinte anos entre os 30 alunos do primeiro ano, como já contei no post anterior. Cara, impressionante como a galera consegue entrar direto do colégio em um curso tão concorrido. Haja berço.

Seja como for, consegui um freelancer como jornalista da grande mídia por quinze dias. E foi assim que começou o meu dia: com a notícia que eu terei um trabalho desse nas próximas duas semanas. Era o que eu queria.

Curiosamente, consegui meu primeiro trabalho como jornalista exatamente depois de uma, eu disse uma, aula no curso de jornalismo. Talvez por isso eu pareça um estranho na minha sala: não vou de bermuda, vez por outra uso uma camisa, parece que só eu tenho barba... Enfim.

O que eu já pude sentir é que hoje, na minha segunda faculdade, consigo aproveitar e pensar muito melhor o curso. Uma pena que as exigências modernas nos fazem entrar na faculdade com 17 anos. Perdemos uma boa parte do que nos é oferecido simplesmente porque não estamos preparados para ouvir aquilo. Com 24 anos, como estou agora, tudo parece muito melhor, mais claro.

terça-feira, 4 de março de 2008

Jornalismo, dia 1

Foi um dia importante. Na sexta recebi uma convocação para fazer uma prova na segunda para ser repórter em um grande jornal brasileiro. Foi ontem. Exatamente o mesmo dia que começaram as aulas do curso de jornalismo na USP, que eu tanto queria.

Curioso: minha vida profissional como jornalista começou, de certa forma, no mesmo dia que iniciei a vida acadêmica em jornalismo. Uma data, dois inícios, mas ambos totalmente relacionados.

Fiz o teste e achei relativamente fácil. Talvez um pouco pela minha auto-confiança, e certamente uma grande parte porque eu me preparei para isso. Agora era só esperar...

E nem precisei esperar muito. Mais tarde, recebi uma ligação com o editor, me chamando para conversar, me conhecer melhor. Uma espécie de entrevista. Rá! Bingo! Meu teste foi bem feito. Ficou tudo para hoje.

Mas antes tinha o início da faculdade. Ônibus lotado para ir da zona leste à zona oeste, onde fic USP. No ônibus, vários estudantes, muitos com cópias de textos ou mesmo livros. Leitura é uma atividade bem presente no ônibus que vai para a cidade universitária.

Já na sala, começa a aula. Cada nome da chamada diz quantos anos tem. Só quatro acima dos 20 anos de idade, entre os 33 presentes, sendo um aluno antigo da USP. Sobram três ingressantes com mais de 20 anos: uma de 22, outro de 39 e eu, com meus 24.

Eu já conhecia a professora: ela tinha participado da banca examinadora de uma defesa de doutorado que assisti no ano passado. Comentei come ela no fim da aula, ela ficou feliz em saber que eu trabalhava com a doutoranda daquela ocasião.

Durante a aula, ela pergunta quem teve experiência na edição de wiki. Só uma pessoa e eu. A nata da sociedade está lá. Afinal, entrar em um dos cursos mais concorridos da USP com 17 anos, é preciso uma formação muito boa. Infelizmente, só quem tem alguma grana pode ter isso hoje em dia. É uma nata, que entra direto do colégio ou, no máximo, fez um ano de cursinho.

Foi só o primeiro dia, mas já deixou algumas impressões. Veremos como será esse daqui pra frente.

domingo, 2 de março de 2008

A materialização de um sonho

Freqüentemente olho para a minha vida e vejo vários momentos que foram fundamentais na trajetória (para o bem ou o mal, diga-se de passagem). Na maioria das vezes, não temos a dimensão do acontecimento na hora que ele acontece. Mas eu sinto que estou para viver um momento que estará para sempre na minha memória: o início da faculdade de jornalismo, na ECA.

São vários motivos para isso. Primeiro, e mais importante, é porque jornalismo é a minha paixão. Demorei para descobrir, só percebi, de fato, depois que comecei outra faculdade de comunicação. E quando já estava para terminar, já tinha decidido: estudaria jornalismo depois.

Dois anos depois de formado, aqui estou eu, começando outra universidade. Os meus três leitores sabem que não foram dois anos de descanso. Ao contrário, vivi o inferno do vestibular nos dois anos. E terminou da melhor maneira possível: estou na ECA, a mais famosa escola de comunicação do país.

A ECA é uma escola fascinante, e isso eu já percebi de outros carnavais. Fui visitar a escola para assistir à defesa do doutorado de uma das pessoas que mais gosto e me apaixonei, definitivamente, pela ECA. Aquele foi um momento fundamental, que me marcou e me deu muito mais força ainda para continuar os estudos e chegar ao sonho do jornalismo.

Ouvi milhares (exageraaaaado) de críticas ou comentários enfadonhos sobre a escolha da profissão. Muitos jornalistas frustrados lamentaram suas tristezas, dizendo que era uma triste escolha, que trabalha demais, que ganha pouco... Como se eu não soubesse de tudo isso.

A grande diferença que eu costumo dizer que existe é que eu escolhi o jornalismo não (apenas) para ser meu ganha-pão. Até porque eu já tinha outro e, por sinal, me daria muito mais dinheiro. Escolhi o jornalismo para fazer ser a minha diversão, minha profissão, completar a minha existência. Parece uma bobagem idealista, mas cada discurso contra parecia me confirmar isso. E olha que trabalhando no mundinho dos coxinhas (leia-se mundo corporativo) causou vários desses comentários engraçadinhos de administradores, economistas e até colegas de outras áreas.

Estou diante de um desses momentos que ficarão para sempre. Vão começar as aulas na ECA nesta segunda-feira. É um momento fundamental nessa caminhada de jornalismo, que já tem outros rumos surgindo. O ano começou excelente para mim nesse aspecto profissional, mesmo que isso não signifique ganhar dinheiro - aliás, até ao contrário. Mas a satisfação, ah, essa ninguém tira de mim.

A seguir, cenas do próximo capítulo.