domingo, 18 de novembro de 2007

Ah, Londrina...

Exatamente há uma semana atrás, eu estava em Londrina. Uma cidade belíssima do norte paranaense. Com quase 500 mil habitantes e IDH 0,824, Londrina é uma cidade muito atraente. Isso se vê mesmo ficando tão pouco tempo como fiquei - do fim da tarde de sábado à noite de domingo.

Para um paulistano nato como eu, Londrina tem muitos atrativos: o ar limpo, a infra-estrutura de cidade grande sem trânsito ou caos, organização, limpeza, beleza, mulheres belas... Além das boas referências que já tenho, em função de duas amigas minhas morarem lá e tecerem elogios sempre que pergunta a elas.

Não falei propositalmente sobre a Universidade Estadual de Londrina, a conhecida UEL. A universidade é excelente, famosa, com bom reconhecimento na minha área. E se no começo do ano, a idéia de mudar de cidade me parecia muito ruim, hoje eu já mudei completamente de opinião. Mudar de cidade, especialmente para um lugar como Londrina, me parece excelente.

O problema foi que a prova foi muito mais difícil do que todos esperávamos. Mas a história começa um pouco antes.

Sábado de manhã, rodoviária da Barra Funda. Começa a jornada rumo a Londrina. Fomos nos agrupando aos poucos. Seríamos oito, no total. Quase todos com o mesmo objetivo: medicina. Não era o meu caso. Aliás, eu acho que fui o único do Anglo - o cursinho, que organizou a viagem - que fui para lá prestar Jornalismo. Mais: o único a prestar um curso de humanas.

Ah, mas falando nisso, esqueci de citar que os oito que citei acima eram os "excluídos". Isso porque a viagem organizada pelo cursinho era limitada, mas venderam mais vagas do que de fato haviam. Deu overbook no ônibus!

Nos deram passagens de ônibus tradicional - os demais iram pelo ônibus fretado -, com um funcionário do Anglo junto, como monitor. Em Londrina, encontraríamos o resto do grupo.

Viagem boa, amizades novas. Letícia, a polaca, estudiosa, bela, educadíssima, inteligente, uma das pessoas mais simpáticas que conheci. Segundo ano de cursinho. Medicina. Thiago, o monitor. Interiorano, engraçado, companheiro. Guilherme, daqueles que aproveitam a vida. Queria odonto, mas queria sem muito saber se quer. Kaká, simpática, divertida, nos tornamos amigos num piscar de olhos - no caso, literalmente, entre uma soneca e outra da viagem. Ela também queria Medicina. Mari, menina tímida, muito bonita, simpática, inteligente, usa óculos - o que é sempre um charme. Medicina. Pedro, quieto, tímido, quase não falou conosco. Mas sei que ele queria Veterinária. A Carol também não era de falar muito. Nem sei se ela queria Medicina. Provavelmente sim.

Em Londrina, ficamos em um hotel cinco estrelas. Bom hotel. Quartos triplos. Dois candidatos à medicina. Eles, como quase todos da viagem, estudavam de manhã. É quase obrigatório: só se pode querer medicina se estudar de manhã, tiver tempo para se dedicar a isso.

Como chegamos já no fim da tarde, não tínhamos muito o que fazer além de descansar. O pessoal saiu para jantar, mas eu fui encontrar uma das pessoas mais fascinantes com quem já havia conversado: Jana.

Aquela mulher é muito diferente de tudo que vi por aí. Ela é linda, sem dúvida, seja pela pele, pelo cabelo, pelo rosto, pela boca, pelo corpo ou pelos olhos azuis-infinito, enfeitiçadores. Mas muito mais do que bela, ela é inteligentíssima, sagaz, nada fresca, maldosa, sarcástica, ácida, irônica. Mulher acima da média - até porque a média é uma merda, se permitem o trocadilho.

Fomos dar uma volta pela cidade e ela me mostrou um pouco daquela bela cidade. Eu mal tinha conseguido "chegar". Ainda estava cansado pela viagem e vê-la foi ótimo. Fomos comer no shopping - algo que parece igual em qualquer lugar. Rimos, nos divertimos com o pouco tempo que passamos juntos. E o tempo foi mais do que suficiente para me encantar com aquela bela cidade, com o pouco que ela me mostrou - que pareceu muito aos meus olhos.

Chega a manhã. E chegaram várias vezes para mim. Acordei duas ou três vezes já de manhã. Era cedo, dormia mais. Até acordar, ir tomar café e aguardar a hora de sair pra a prova. Sim, porque almoçar que é bom nada. Sairíamos meio-dia. Rodaríamos pela cidade toda, pelos pontos de prova, deixando cada um em um local para a prova.

Ponto a ponto, as pessoas foram ficando em seus locais de prova. O meu era o penúltimo. E lá fomos nós. Quatro horas de prova, 60 questões, muito texto, sociologia, filosofia. Imaginei que sociologia e filosofia não seriam tão pesados. Mas foram. Uma prova massacrante. Muito texto, questões sem ordem de matérias. Muito mais difícil do que eu esperava.

Curiosidades engraçadas, para não dizer ridículas, da prova da UEL: antes de entregar a prova, fui ao banheiro. Isso porque depois de entregue a prova, não era mais permitido. Na porta do banheiro, um detector de metais. Estranho, estranho. Mas tudo bem. Já dentro do banheiro, o monitor me acompanhou (??) e ficou me olhando enquanto eu, aham, urinava. Quer dizer, travei. Porra, que negócio é esse de ficar olhando enquanto mijo? Demorei um pouco para conseguir finalmente fazer o que tinha que fazer. Que coisa mais pentelha.

Fim de prova, fomos todos esperar o ônibus nos buscar. E esperamos. Duas horas. Deu tempo até de pegar o caderno da prova - que só pode ser retirado uma hora e meia depois do término da prova, algo que também não tem muito sentido, mas enfim.

Pelo atraso, tivemos que ir direto para a rodoviária. Chegamos faltando cinco minuitos para a partida. E achei que voltaríamos todos cansados, dormindo a viagem toda. Ledo engano. No primeiro trecho da viagem, antes da primeira parada, viemos conversando Thiago, Mari, Leticia e eu. Altas horas e a parada só serviu para comermos um pão de queijo.

O segundo trecho já teve um pouco de cochilo. Um pouco. Dormíamos um pouco, conversávamos um pouco. Aliás, só nós, porque o ônibus toda dormia. Só no último trecho da viagem que dormimos mais. Dormíamos mesmo, gostoso, quando o ônibus chegou a São Paulo. Eram 4:11 da manhã. A maioria do grupo - e dos alunos do Anglo que foram a Londrina - iria direto para as aulas, logo pela manhã. Eu, como estudava à noite, fui para casa. Isso, claro, depois que o metrô abriu, às 4:40 da manhã. Peguei o primeiro ônibus que saiu da estação, com destino à minha casa.

Dormi três horas depois que cheguei em casa. Fiquei como se estivesse fora do fuso horário. Voltei sabendo que precisaria trabalhar ainda no free lance que eu tinha. E estudar, muito, para dar conta do que viria pela frente: semana de revisão.

O saldo da viagem para Londrina foi muito positivo. A prova foi difícil, mas foi difícil para todos. Resta uma esperança. E além da diversão da viagem, as amizades ficam. Sem falar em ter encontrado Jana, uma pessoa fantástica. Tomara que eu passe para a segunda fase, para poder voltar para lá. Ah, Londrina...

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