sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Trabalho, estudo e vícios

Não faz muito tempo que meus amigos me chamavam de workaholic. Trabalhava 10, 11, 12 horas por dia. E gostava do trabalho, ainda que não fosse exatamente da minha área. Sentia que fazia algo útil, importante.

Este período durou o fim da faculdade e o começo do ano seguinte ao término dela. Quando chegou o quinto mês daquele ano, comecei a estudar de novo. E não parei desde então.

A faculdade de jornalismo era meu objetivo. No fim da primeira faculdade eu já tinha feito as provas do vestibular - dias depois de defender o meu TCC e sem estudar uma página sequer -, sem sucesso, é claro. Resolvi, no ano seguinte, que iria me preparar. Nunca tinha feito cursinho, tinha entrado direto do colegial na primeira vez.

Eis que o vestibular virou uma obsessão. USP, USP, USP. Meu objetivo, que era passar na PUC e tentar uma bolsa, ficou para trás. Cheguei mesmo a prestar a prova da PUC e passar. Como o resultado saiu dias antes da prova de segunda fase da Fuvest - que faz o vestibular da USP -, não sei nenhuma importância à aprovação. Queria USP. E estava confiante.

Não deu. Não passei na USP. E resolvi que faria outro ano de preparação e tentaria de novo. Nunca desisti fácil de nada, não seria diferente desta vez. Abri mão de muitas coisas pra poder estudar. Gosto de estudar e com um objetivo tão claro e tão árduo de ser alcançado, me dediquei muito. Amigos, família, todos ficaram em segundo plano.

Já no meio da caminhada no segundo ano, me deparei com uma reportagem sobre um novo tipo de doença, que foi publicada no caderno Fovest, da Folha de S. Paulo: studentholic. São pessoas que pensam o tempo todo em estudar e qualquer outra atividade os deixa com a consciência pesada.

Pensei um pouco e vi que eu estou assim. Tudo que não for estudo me deixa preocupado, porque não estou estudando.

Entre os depoimentos dados na reportagem, chama a atenção a questão de evitar o namoro. De fato, muitas pessoas não entendem quando a outra diz que precisa estudar. Muitas vezes soa como desculpa. Eu já ouvi várias vezes isso. Não à toa eu não me envolvo com ninguém nesse período. Quero tempo para dedicar a mim mesmo e aos estudos, principalmente.

3 comentários:

  1. O "menino inexperiente" que virou "studentholic". É, as coisas mudam, rsrs.

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  2. Anônimo9:13 PM

    sabe, durante um tempo fui assim, studentholic, recém-saída da faculdade prestei a prova da fuvest, não passei. fui um ano de cursinho e prestei pra três outras facudades, passei na particular, fiquei na lista da unesp, não comento sobre a prova de biologia da ufv e não passei na usp.
    agora no 4º ano, decidi prestar a prova de transferência 2008, não passei. foi quando percebi uma coisa interessante, existem pessoas propensas a provas e testes e outras não. quando você é patologicamente ineficaz fazendo um teste, tente pós/mestrados, normalmentes os uqe não se encaixam aos testes são melhores defedendo teses.
    é só um comentário bobo.

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  3. Anônimo9:14 PM

    substitua o primeiro "faculdade" na segunda linha, por colégio.

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