quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Speedy não pode mais exigir provedor

Segundo a INFO Online, a Telefonica terá que avisar os usuários dentro de 30 dias que não há mais a obrigatoriedade do uso de provedores de acesso.

Mais do que isso, a sentença obriga que a empresa faça o ressarcimento de todos os usuários que estão nesta situação desde 2003.

É claro, a decisão é em primeira instância e cabe recurso. Mas é um sinal que o caminho da "venda casada", conforme declarou o juiz, está chegando ao fim.


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Causos do ENEM

No ano passado, me distraí, perdi a hora e tive que sair correndo de casa. Demoraria uma hora para chegar. Esqueci de preencher o questionário sócio-econômico. Pensei "Preencho no metrô, que estará vazio, afinal, é domingo. Metrô lotado. Caneta e manual na mão, aperto para todos os lados. vamos que vamos.

Chega a estação para descer. Correria. Está quase na hora de começar a prova. Corre, corre, corre e cheguei na sala. Último a entrar. Sento na cadeira, suando. Começa a prova.

Para não passar por tudo de novo, saí mais cedo este ano. Bem mais cedo. Cheguei com quase uma hora de antecipação. Precaução e Caldo de galinha não fazem mal a ninguém, diriam os antigos.

Desta vez cheguei cedo. Com a tranquilidade que irrita alguns, sentei no chão, próximo à porta, encostado na parede, como alguns outros já estavam. Ouvindo música, esperei que o tempo passasse.

Fico reparando na expressão de ansiedade, nervosismo, às vezes até desespero das pessoas na hora de fazer a prova. Eu nunca tive esse problema de nervosismo para provas como vestibular e ENEM, embora eu fique, sim ansioso por elas.

Eis que a prova vem, com sua característica principal mantida: muitos textos e questões bastante interpretativas. Mas a prova deste ano de 2007 bateu todos os recordes: nunca vi algo tão fácil em toda minha vida! Nem aquelas provas de livros juvenis que fazemos na quinta série, onde as sentenças do livro viram perguntas a serem respondidas ("João e Maria andavam pela floresta" e a pergunta era: "por onde andavam João e Maria?").

Algumas das questões do ENEM foram simplesmente um insulto à inteligência. Ok, o ENEM é um exame que tem por objetivo avaliar, positivamente, o ensino no Brasil. Mas realmente este ano foi um exagero.

O tempo mínimo para sair da sala era 2 horas. Normalmente, costumo dizer o mesmo que ouvi no cursinho, ano passado: quem sai da sala no tempo mínimo está abandonando a prova. Não é possível fazer uma prova como a Fuvest, por exemplo, no tempo mínimo. Aliás, nem no tempo máximo é possível fazer com calma! Mas este ano foi exceção.

Com o tempo mínimo de prova transcorrido, eu já tinha terminado a prova objetiva. Como sobrou muito tempo, reli a prova, checando cada alternativa que tinha escolhido e já passando as respostas para o gabarito. Quando finalmente acabei, ainda faltava uma hora e meia para o fim do tempo de prova. Fiz a redação e, meia hora depois, já não tinha o que fazer. Às 17 horas, entreguei a prova mais fácil que já tinha feito.

Saí com a sensação de ter acertado todas. Sabia que isso não aconteceria, porque sempre tem uma questão ou outra que erramos por bobeira. E, de fato, aconteceu: errei 4 questões. 59 acertos, em 63 questões. Ótimo, mas dava para fazer ainda mais.

Dois dias de conversa depois da prova, percebi que realmente tinha sido a prova mais fácil do ENEM em todos os tempos. Todo mundo foi bem, cada um a seu modo, no seu padrão.

O primeiro passo para a Fuvest foi dado. Agora é repetir o sucesso na prova da Fuvest (essa de verdade, não essa piada do ENEM) e fazer o máximo de pontos possível.

(Faltam 87 dias)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

100 dias

16 de agosto de 2008. Faltam exatos 100 dias para a FUVEST. É o dia mais importante deste meu ano. É para que estou me preparando, é causa de eu não dormir muito, é meu sonho, é minha alegria, minha ansiedade, minha dedicação.

Que nestes 100 dias eu possa estar ainda mais preparado.

(OBS: como já passou da meia noite, já faltam 99 dias hehe)

domingo, 12 de agosto de 2007

Dia dos pais sem pai

Quem lê o título certamente pensa que eu sou mais um dos milhares que passam o dia dos pais sentindo a falta de um pai que se foi. Felizmente não é o caso. Ou, ao menos, não no pior sentido.

Foi o primeiro dia dos pais que passei sem o meu pai. Com uma tristeza grande, porque meu pai, hoje, quase não faz parte da minha vida. Sua participação é pequena, quase não nos falamos. Nos últimos meses, sequer consigo falar com ele. Os telefones mudaram, ele não entrou em contato...

Finalmente, esta semana minha irmã conseguiu falar com ele - foi até o trabalho dele para tentar encontrá-lo. Disse que estava ocupado, que o telefone tinha sido clonado, que o celular quebrou...

Lembro de quando ele reclamava que eu e minha irmã não ligávamos, que não íamos vê-lo e tudo mais. Algo apenas parcialmente justo, uma vez que ele, como pai, também não fazia esforço pra nos ver. Sabendo que ele tem carro, podia vir nos buscar para irmos a algum lugar. Mas era sempre o mesmo problema: "vocês não ligam pra mim".

Cheguei mesmo a me sentir mal por isso. Cheguei a pensar que eu e minha irmã éramos culpados. Tentei, de alguma forma, mudar isso. Logo percebi que o problema também vinha do lado de lá. Ele também não nos procurava, o que deixava tudo mais difícil.

Minha relação com meu pai nunca foi das mais fáceis, principalmente porque herdei dele a personalidade forte, a teimosia, o gênio irredutível em muitos casos. Nossas brigas só não chegaram às vias de fato, mas as discussões foram fortes.

Chegamos a estar em um perído de estabilidade, principalmente após a separação dos meus pais. Passamos a ser amigos, o relacionamento ficou melhor. Começamos a nos dar bem. Mas os contatos foram rereando e a relação ficando mais distante.

Tudo indica que por causa do casamento dele com a mulher com quem traiu a minha mãe. Nunca tive nada contra ela, até o dia que ela destratou minha irmã. Ouvi da minha irmã as palavras de que nunca mais voltaria à casa do meu pai enquanto ela estivesse lá.


As relações ficaram tensas. A mulher do meu pai passou a falar demais, intervir demais nas nas conversas entre minha irmã e meu pai. E entramos eu, minha mãe e ficou uma verdadeira bagunça. Muita gente falando, acusações de todos os lados e problemas a serem resolvidos.

Problemas que não foram resolvidos. Meu pai ficou distante, não entrou mais em contato e, mesmo sem telefone em casa ou celular, não fez questão nem de responder o e-mail que eu mandei.

E chegou o dia dos pais. E passei com o meu tio-avô, na despedida dele, antes que volte à sua casa, no nordeste. Me senti como meus tios e minha mãe, que há anos passam o dia dos pais sem pai. Sensação triste. Ainda mais por saber que meu pai está vivo e bem, em algum lugar. Espero que tenha sido uma sensação temporária.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Trabalho, estudo e vícios

Não faz muito tempo que meus amigos me chamavam de workaholic. Trabalhava 10, 11, 12 horas por dia. E gostava do trabalho, ainda que não fosse exatamente da minha área. Sentia que fazia algo útil, importante.

Este período durou o fim da faculdade e o começo do ano seguinte ao término dela. Quando chegou o quinto mês daquele ano, comecei a estudar de novo. E não parei desde então.

A faculdade de jornalismo era meu objetivo. No fim da primeira faculdade eu já tinha feito as provas do vestibular - dias depois de defender o meu TCC e sem estudar uma página sequer -, sem sucesso, é claro. Resolvi, no ano seguinte, que iria me preparar. Nunca tinha feito cursinho, tinha entrado direto do colegial na primeira vez.

Eis que o vestibular virou uma obsessão. USP, USP, USP. Meu objetivo, que era passar na PUC e tentar uma bolsa, ficou para trás. Cheguei mesmo a prestar a prova da PUC e passar. Como o resultado saiu dias antes da prova de segunda fase da Fuvest - que faz o vestibular da USP -, não sei nenhuma importância à aprovação. Queria USP. E estava confiante.

Não deu. Não passei na USP. E resolvi que faria outro ano de preparação e tentaria de novo. Nunca desisti fácil de nada, não seria diferente desta vez. Abri mão de muitas coisas pra poder estudar. Gosto de estudar e com um objetivo tão claro e tão árduo de ser alcançado, me dediquei muito. Amigos, família, todos ficaram em segundo plano.

Já no meio da caminhada no segundo ano, me deparei com uma reportagem sobre um novo tipo de doença, que foi publicada no caderno Fovest, da Folha de S. Paulo: studentholic. São pessoas que pensam o tempo todo em estudar e qualquer outra atividade os deixa com a consciência pesada.

Pensei um pouco e vi que eu estou assim. Tudo que não for estudo me deixa preocupado, porque não estou estudando.

Entre os depoimentos dados na reportagem, chama a atenção a questão de evitar o namoro. De fato, muitas pessoas não entendem quando a outra diz que precisa estudar. Muitas vezes soa como desculpa. Eu já ouvi várias vezes isso. Não à toa eu não me envolvo com ninguém nesse período. Quero tempo para dedicar a mim mesmo e aos estudos, principalmente.