O nosso governador de São Paulo, sr. José Serra, tenta cercar a autonomia universitária, minando suas forças. Óbvio que ele não tomaria uma medida que atacasse diretamente as universidades. Seria estúpido e facilmente repudiado. Por isso, ele quis cercar.
Uso aqui um trecho de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo no dia 28 de maio (e que concordo plenamente):
O governo meteu os pés pelas mãos. Após nomear para a nova Secretaria do Ensino Superior este que é, no meio universitário, uma unanimidade às avessas, quis ainda transformar José Aristodemo Pinotti no presidente de conselho de reitores. Pegou tão mal, que Serra desistiu do seu interventor branco.
Está em curso uma campanha de demonização dos estudantes – retrógados, baderneiros, urram, histéricos, os arautos do novo “Estado de direita”. Há insuficiência, eventuais exageros na posição estudantil? Claro que sim. Mas são menores, bem menos nocivos que a batatada patrocinada pelo Estado, cujos erros, esses sim crassos, aparecem sob a forma de “deslizes”, “mal-entendidos”. Onde está a ideologia dominante da nossa época?
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