quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Rota 66

Você já se sentiu escolhido?

Há situações na vida que nos sentimos assim. Quando íamos jogar futebol com os amigos, e alguém te escolhia para o time. Ou quando você é eleito representante de turma na escola. Há também aquele trabalho que te escolhem para apresentar. Um emprego, às vezes, onde somos escolhidos.

A maioria das pessoas escolhe a profissão. Escolhe, diga-se de passagem, com muito custo. Dúvidas e mais dúvidas são freqüentes, e não é difícil encontrar quem resolva mudar de rumo muito tempo depois de já ter escolhido.

Entre as razões para a escolha de uma profissão a seguir estão: campo de trabalho (traduzindo: se há emprego), remuneração ("dá dinheiro?"), status (que mãe não adora ter filho o médico, engenheiro ou advogado?) e até influência dos pais. Uma minoria se preocupa com vocação.

Vocação é diferente de talento. Ser talentoso sem dúvida é determinante na escolha de uma profissão, mas não é uma necessidade. Os talentos naturais podem aparecer só depois da escolha, ou mesmo serem desenvolvidos. Há pessoas que se dariam bem em diversas áreas. A questão da vocação é justamente a sua vontade, suas preferências, aquilo pelo qual você se interessa mais.

Escolhi aquilo que achei mais interessante. Fiz o que eu achei que devia fazer. E não me arrependi! A profissão que eu escolhe sequer é uma profissão, até porque não se encaixa no conceito atrasado de emprego - algo em extinção, ao menos no modelo de hoje. Escolhi, mas faltava algo.

Já sentiu aquela alegria imensa por fazer algo tão bem que alguém te diz: "você nasceu pra isso"? Senti isso no segundo ano da faculdade. Uma matéria que envolvia jornalismo. escrevi tantas matérias quanto eu queria, tinha uma facilidade e um gosto enorme por aquilo. Pensei em fazer, então jornalismo. Abandonar meu curso e fazer. Fui desestimulado, e terminei o meu curso - que é também comunicação, inclusive.

Àquela altura, eu já tinha sido escolho. Não escolhi a profissão, ela veio até mim. Uma professor de redação, ainda na 5ª série, me dizia: "você tem que ser jornalista!". Não dei ouvidos a ela, e tive que ouvir da minha orientadora de TCC, já no último ano da faculdade: "quando eu te vi, vi um jornalista".

Comecei a traçar a estratégia para conseguir ser jornalista formalmente. Sim, formalmente. Afinal minha alma é de jornalista, meu texto é de jornalista, meu pensamento é de jornalista. Voltei-me para os estudos, para tentar passar no vestibular mais concorrido do país. Eu, que nunca tinha feito cursinho, resolvi fazer. Depois de formado na faculdade.

Quatro meses de estudos se passaram, e a metade da preparação já foi. Fiz a inscrição na carreira 242, curso 66. O curso com nota de corte quase igual à medicina. Mais de 60 candidados por vaga. Mas que o meu sonho é muito maior.

Estou na Rota 66.

Nenhum comentário:

Postar um comentário