domingo, 24 de setembro de 2006

Aqui jaz... Meu voto.

A uma semana das eleições, continuo sem ver muitas opções. Se normalmente já é difícil votar para deputados e senadores, hoje em dia é ainda mais. Presidente e governador também são cargos sem muitas opções.

Para o planalto nacional, temos a opção da continuidade de um governo que, embora não tenha sido ruim, foi absolutamente corrompido pela corrupção - muito embora esta já vinha do governo anterior, mas o simples fato de entrar no esquema já descredencia qualquer um. Sem contar as medidas boas a curtíssimo prazo e péssimas a longo prazo. Leia-se: bolsa-família. Como medida paleativa, é aceitável e até boa. Mas sem uma sólida política social que municie quem recebe a não precisar desse auxílio, a medida só torna estas pessoas dependentes dessa ajuda, o que é muito pior do que não ajudar. Embora o governo não tenha sido ruim, infelizmente não dá pra confiar no partido.

Temos o candidado tucano. O caso deste se resume de forma mais simples: política neoliberal. Um tipo de política que particularmente não me agrada. O governo anterior a este "liberou geral" a criação de universidades e afrouxou a avaliação do MEC sobre os cursos. Tudo para termos mais cursos universitários, mais formados e aumentarmos o nosso índice de graduados no país - um índice que eleva os "pontos" do país no mercado internacional. Enquanto isso, a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio são corroídos e cada vez menos eficientes. Isso chama-se segregação: quem pode pagar escola particular entra com um mundo de vantagem na disputa por uma universidade pública. O conceito se inverte: universidade pública passa a ser para elite, enquanto que universidades particular passam a ser para pessoas com menos condições financeiras.

Temos ainda a candidada que foi do partido do presidente, mas se desligou por votar contra o próprio partido. Seria uma esperança se não houvessem tantas contradições. Ela é marxista e é cristã. Impossível ser os dois ao mesmo tempo. Marx era ateu. Ela é a favor dos movimentos femininos, mas é contra o aborto. Vai a passeatas gays, mas é contra o casamento destes, "por ser uma questão religiosa". Dizem que a política econômica dela é radical - ela é contra ter tanta dívida interna e defende juros muito mais baixos, ainda que seja por decreto. Nesse ponto ela acerta, embora os neoliberais fiquem tremendo de medo de perderem suas posses.

A uma semana da eleição, penso em pela primeira vez na vida anular meu voto. Todos os seis votos - deputado estadual e federal, senador, governador e presidente. Um ato que eu sempre defendi ser contra os princípios de cidadania. Eis que a vida quer mostrar que pode ser justamente o contrário.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Ideologia

Lobo define para você: palavra extremamente fora de moda, usada por Cazuza como título e como tema de um de seus sucessos (isso mesmo, aquele dos anos 80 e início dos anos 90).

Quem tem isso hoje em dia? Partidos políticos certamente não. Votava no PT por ideologia. Esta mesma que foi rasgada e jogasda no lixo. Antes, outros partidos já haviam feito. Os neoliberalistas destruíram, pouco a pouco, o nosso sistema educacional. Tornaram nosso país dependente de investimentos externos. Ficamjos reféns de empresas mulgtinacionais, como a Volkswagen, que com uma simples ameaça de demissão em massa consegue dobrar o governo.

Ideologia?

  • Acreditar que o mundo pode ser melhor sim
  • Fazer de tudo um motivo para externar seus pensamentos
  • Ter objetivo de vida.
  • Acreditar no amor
  • Escolher uma profissão por amor, mesmo sabendo que será pobre para o resto da vida
  • Lutar paradefender o que acredita
Chega, que daqui a 4 horas o despertador toca.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Rota 66

Você já se sentiu escolhido?

Há situações na vida que nos sentimos assim. Quando íamos jogar futebol com os amigos, e alguém te escolhia para o time. Ou quando você é eleito representante de turma na escola. Há também aquele trabalho que te escolhem para apresentar. Um emprego, às vezes, onde somos escolhidos.

A maioria das pessoas escolhe a profissão. Escolhe, diga-se de passagem, com muito custo. Dúvidas e mais dúvidas são freqüentes, e não é difícil encontrar quem resolva mudar de rumo muito tempo depois de já ter escolhido.

Entre as razões para a escolha de uma profissão a seguir estão: campo de trabalho (traduzindo: se há emprego), remuneração ("dá dinheiro?"), status (que mãe não adora ter filho o médico, engenheiro ou advogado?) e até influência dos pais. Uma minoria se preocupa com vocação.

Vocação é diferente de talento. Ser talentoso sem dúvida é determinante na escolha de uma profissão, mas não é uma necessidade. Os talentos naturais podem aparecer só depois da escolha, ou mesmo serem desenvolvidos. Há pessoas que se dariam bem em diversas áreas. A questão da vocação é justamente a sua vontade, suas preferências, aquilo pelo qual você se interessa mais.

Escolhi aquilo que achei mais interessante. Fiz o que eu achei que devia fazer. E não me arrependi! A profissão que eu escolhe sequer é uma profissão, até porque não se encaixa no conceito atrasado de emprego - algo em extinção, ao menos no modelo de hoje. Escolhi, mas faltava algo.

Já sentiu aquela alegria imensa por fazer algo tão bem que alguém te diz: "você nasceu pra isso"? Senti isso no segundo ano da faculdade. Uma matéria que envolvia jornalismo. escrevi tantas matérias quanto eu queria, tinha uma facilidade e um gosto enorme por aquilo. Pensei em fazer, então jornalismo. Abandonar meu curso e fazer. Fui desestimulado, e terminei o meu curso - que é também comunicação, inclusive.

Àquela altura, eu já tinha sido escolho. Não escolhi a profissão, ela veio até mim. Uma professor de redação, ainda na 5ª série, me dizia: "você tem que ser jornalista!". Não dei ouvidos a ela, e tive que ouvir da minha orientadora de TCC, já no último ano da faculdade: "quando eu te vi, vi um jornalista".

Comecei a traçar a estratégia para conseguir ser jornalista formalmente. Sim, formalmente. Afinal minha alma é de jornalista, meu texto é de jornalista, meu pensamento é de jornalista. Voltei-me para os estudos, para tentar passar no vestibular mais concorrido do país. Eu, que nunca tinha feito cursinho, resolvi fazer. Depois de formado na faculdade.

Quatro meses de estudos se passaram, e a metade da preparação já foi. Fiz a inscrição na carreira 242, curso 66. O curso com nota de corte quase igual à medicina. Mais de 60 candidados por vaga. Mas que o meu sonho é muito maior.

Estou na Rota 66.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

A vitória de um ponto

Algumas vezes nos deparamos com situações claramente injustas. Vemos ostentação nos bairros ricos das cidades e miséria nas periferias. Vemos gente trabalhando de sol a sol para não ganhar nem o mínimo de dignidade, e vemos o congresso nacional pagar um "extra" de R$ 20 mil para os deputados por ter que trabalhar nos dias de folga da semana (e não é sábado ou domingo).

No caso de hoje, a injustiça foi bem menor, esportiva, e aconteceu no Morumbi. O clássico Majestoso, entre São Paulo e Corinthians, tinha elementos para ser um grande jogo. Amoroso, que até ano passado era ídolo do São Paulo, estreava pelo Corinthians. Magrão, símbolo palmeirense, também vestia a camisa do avi-negro pela primeira vez. E ainda tinha a estréia de César, lateral que iniciou a carreira no São CAetano e com grande capacidade técnica.

Tudo para ser um jogo eqüilibrado. Mas César foi expluso com 5 minutos de jogo, após uma violenta agressão em Souza. Eduardo Ratinho também acabou expulso depois de dar um carrinho por trás no atacante são-paulino Thiago. Com dois jogadores a menos e com 3/4 do jogo ainda por jogar, todos apostaram que o São Paulo venceria o jogo. A história quis que não.

A valentia corinthiana fez um muro em frente ao gol, e impediu qualquer ação ofensiva do São Paulo. Praticamente não houveram lances de grande perigo, embora o São Paulo tenha chegado a chutar uma bola na trave, e tenha algumas chances. As duas oportunidades mais claras do jogo foram do Corinthians, nos pés de Rafael Moura.

No fim, Amoroso e Rafael Moura, atacantes, estava jogando de volantes. Todos atrás, em um jogo de ataque contra defesa. E a defsa venceu, com a valentia que os corinthianos exaltam.A cada bola tirada, a torcida comemorava como se fosse gol. A cada carrinho, cada roubada de bola, um grito, a vibração. O São Paulo, desesperado, nada conseguiu fazer.

No fim, um injusto empate sem gols, que foi vitória para o Corinthians, derrota para o São Paulo. Rafael Moura quase fez um golaço, em contra-ataque no fim do jogo. O Corinthians teve dois jogadores expulsos justamente - e talvez este tenha sido o combustível que fez o time ganhar tanta força. O time ainda está mal das pernas no campeonato, mas a moral subiu tanto quanto a posiç~´ao do adversário "derrotado" ontem: 1º lugar.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Utopia e neoliberalismo

No meio do feriado, um dia útil (?). E nas ruas de São Paulo, a sensação que a vida deveria ser assim todos os dias: movimentado, mas sem o caos que já virou característica da cidade. O feriado mostra que a cidade está saturada de pessoas.

O jornal Agora São Paulo, um veículo popular da capital paulista, estampou em sua capa o crítico problema do metrô paulistano. Segundo dizia a chamada, a integração entre ônibus e metrô - promessa de campanha do cadidato tucano José Serra - aumentou o número de usuários do metrô em 12%. Ainda segunda a matéria, o número de passageiros por metro quadrado subiu para 8, dois a mais do que o limite considerado "tolerável".

O aumento foi sentido principalmente na linha 3 do metrô, que atende a zona leste da cidade. O problema na região é crítico principalmente por conta dos inúmeros "bairros dormitórios". A integração entre metrô e trem, ocorrida ainda no governo da petista Marta Suplicy, já aumentou muito o número de usuários no metrô. Marta não realizou a integração entre ônibus e metrô por receber análise de especialistas dizendo que o metrô não suportariao aumento.

Mas veio o governo tucano. José Serra usou a integração como promessa de campanha - o que de certa forma confirma que a petista realemnte melhorou muito o transporte. Serra então efetivou a promessa, integrou metrô e ônibus e provocou um aumento que pouco a pouco leva o metrô ao colapso diário. Qualquer ocorrência inviabiliza o transporte e prejudica milhares de pessoas.

É fácil tomar esse tipo de decisão e andar de carro todos os dias. Pior: tomar essa decisão e abandonar a prefeitura no meio do mandato - algo que o tucano prometeu veementemente que não iria fazer. A força de vontade para cumprir a promessa foi tão grande que Serra tentou ser o candidado do PSDB à presidência e, frustrado, se contentou em disputar as eleições como candidato a governador do Estado.

Serra só tornou essa medida real para ganhar popularidade. Mas quem pega o metrô todos os dias sabe que ao invés de resolver, só piorou a situação.

Depois tem gente que não gosta que eu fale que os tucanos neoliberais são elitistas.

E lá se vai a sexta-feira utopicamente ideal.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Sonhos que se tornam sonhos

Em meio às loucuras diárias, ainda encontro tempo para criar pensamentos insanos. Volto pra casa tarde da noite, andando pelas ruas razoavelmente escuras, mas ainda assim volta e meia ando escrevendo. Isso mesmo: eu caminho e escrevo pensamentos no meu bloco de papel. Uma maneira rápida e eficiente de colocar suas idéias em forma de palavras.

Sou um contador de histórias por natureza. Não histórias mentirosas, mas histórias da vida, das coisas, do mundo. Mundo que eu vivo, mundo que eu crio, mundo que eu não existo.

Depois de escrever um texto chamado "sonhos" na volta pra casa, em um dia qualquer, muita coisa aconteceu. Os sonhos escritos no papel ganharam tamanha força, que não posso controlá-los. O incrível é que o que eu escrevi saiu da metáfora direto para uma noite de sono neste fim de semana.

O sonho se tornou sonho, se é que me entende.

E dá-lhe noites sem dormir, pensando no sonho. Sonho acordado, porque meu sono é tão curto que sequer dá tempo de chegar ao inconsciente. Foi só ter um pouco de tempo (ou horas de sono), que chegou. E vivi o sonho em uma realidade só minha, onde as cores eram claras, a música era Marisa Monte, e o sabor era chocolate.

Vai dormir Felipe! Levante, porque poucas horas te separam da realidade muito mais triste.