quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Parque do terror

Às vezes a vida me lembra o porquê de eu preferir ir a qualquer lugar de metrô, preterindo os ônibus. E faz isso de forma não muito agradável.

Quando já faltava pouco para o fim das 24 horas do dia, me encontro na Bela Vista. Resolvo voltar pra casa usando o caminho que me pareceu mais fácil e rápido daquele ponto da cidade: ônibus até o famoso Parque Dom Pedro II, e dali mais um ônibus pra casa. Os dosi percursos são rápidos, então, me pareceu a melhor opção. Até porque de metrô teria três baldeações.

Terra de ninguém. Uma terra vazia, cheia durante o reinado do sol, solitária no reinado da lua. Aliás, habitada por poucos e pobres seres. Pequenas fogueiras, barracas fechadas - o Parque Dom Pedro II durante o dia é um mar de barracas -, escuro, frio. Muitas linhas, para diversos lugares. Procuro uma que me sirva - tenho mais de uma opção. Encontro uma.

Entro na fila do ônibus, e rapidamente entramos. Uma pessoa na minha frente pede para passar por baixo. Maltrapilho e cheirando muito mal, o cobrador se sente constrangido, mostrando que a situação claramente o incomoda. Mas ele permite.

O motorista entra em cena. Nas ruas vazias de uma cidade na hora da lua, acelera, e muito. Quase tira o ônibus do chão nas curvas, dando a impressão que uma hora o danado vira.

Desço no meu ponto. A avenida vazia, poucos carros, poucas pessoas. E penso:
"agora me lembro o porquê de o metrô ser melhor"

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